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Glossário da Tradição Iniciática Nativa Andina

Glossário da TINA

A

  • Achachi: Avô. Ancião masculino.
  • Achachilla: Espírito das montanhas. É outra variante de “Apu”, apresenta-se como um espírito protetor que vive não só entre os morros, mas também nos campos e nas comunidades. Sua presença é importante no sul do Peru e na Bolívia.
  • Achikee: É o espírito de uma anciã que devora os caminhantes durante a noite. Ela habita as montanhas escuras andinas, esperando o momento que em que pessoas inocentes, principalmente crianças, cruzem o seu caminho para devorá-los sem misericórdia. Dizem que quando está muito furiosa é capaz de arruinar as plantações de toda comunidade.
  • Aclla (Aklla): Mulher escolhida e treinada para servir a Inti (Sol) e ser o consorte do Imperador Inka. Escolhidas aos 8 anos de idade, ficavam alojadas em akllawasi (Templo das Virgens do Sol), em Cusco e supervisionadas por mulheres idosas.
  • Ajayiru: É um especialista na cura de síndromes produzidas pela perda do ajayu, um dos duplo-anímicos presente na pessoa cuja relação com a consciência, a razão e a força vital permitem compará-lo com o conceito andino-setentrional de “sombra”.
  • Ajayu: Essência anímica andina, conhecida pelos nomes de alma, espírito, sombra, duplo-anímico, etc.
  • Ajayu Marka: Lugar dos Espíritos; local onde está localizado o portal interdimensional de Amaru Muru localizado a beira do lago Titikaka.
  • Aka Pacha ou Kay Pacha: O mundo mediano ou ordinário, onde habita os seres vivos e tudo que se move pela Terra. É o mundo do sentimento, ligado à nossa consciência, ao cérebro límbico. Representado pelo Puma.
  • Akamani: Nome dado aos lugares sagrados pelos Kallawayas.
  • Akulli: Poção de coca que se mastiga.
  • Akulliri: Especialista em adivinhação por meio da coca, cuja folha ele masca para deduzir de acordo com o doce ou amargo, o êxito positivo ou negativo da terapia.
  • Akulliy: Ato de mastigar coca.
  • Alimentaciones: Significa “alimentação”. Um dos nomes dado as oferendas para os encantos na Bolívia e sul do Peru.
  • Allin Ayni: “Allin” corresponde a bem ou bom e “ayni” a reciprocidade, equilíbrio e troca, então Allin Ayni seria interpretado como o bom equilíbrio ou relação ótima de reciprocidade.
  • Allin Hamuy: Bem vindo(a)!
  • Allin Kawsay: “Allin” significa bem ou bom, e “kawsay” é vida ou viver. Juntando ambas as palavras “Allin Kawsay” se obtem a filosofia de vida de bem-estar e prosperidade chamada bom viver. Em alguns círculos este princípio se chama “Sumaq Kawsay”.
  • Allin Munay: Na língua runasimi “allin” corresponde a bem ou bom e “munay” adquire um significado vinculado ao sentimento andino, o animo, bom gosto e desejo, pelo qual se caracteriza de “amor com vontade”. Juntando as duas palavras Allin Munay, obtém-se uma combinação que garante a boa intenção do amor recíproco. Quando se fala em “Allin Munay”, equivale a desejar alguém com quem se tem afinidade pelo “amor na vida e no próprio caminho da vida”.
  • Allin P’unchay: Bom dia!
  • Allin Puriy: A palavra “puriy” faz alusão a caminho ou caminhar, enquanto “allin” significa bem ou bom. Juntando as duas palavras em Allin Puriy, interpretamos como bom caminhante, bom caminho de vida ou como bom caminho que se faz ao andar.
  • Allin Qhaway: Do runasimi “allin” corresponde a bem ou bom e “qhaway” significa contemplar ou arte da contemplação, então Allin Qhaway é interpretado como a arte da boa contemplação ou arte da boa visão ou do bom vidente.
  • Allin Sukha: Boa tarde!
  • Allin Tuta: Boa noite!
  • Allin Yachay: “Yachay” corresponde a saber ou sabedoria, e “Allin” significa bem ou bom. Juntando as duas palavras Allin Yachay, se obtém como significado “o bom conhecimento” ou “bom sábio”.
  • Allpa: Terra.
  • Allpa Mama: Literalmente é a tradução literal para Mãe Terra em runasimi, apesar de ser Pachamama a palavra mais utilizada. Porém esta última não se refere apenas à Mãe Terra, mas a natureza, ao Cosmo e ao espaço-tempo. Já Allpa Mama, é uma palavra pouco usada, mas que, no entanto, faz referência exclusiva ao elemento Terra.
  • Allpa Pisqu: Ave da Terra. Vegetalisats usam esta ave para suas viagens xamânicas.
  • Altumisa: Nome dado as pedras que fazem parte da mesa do Altumisayuq, muitas vezes também pode designar a misa em seu conjunto. Podendo também ser sinônimo do Altumisayuq.
  • Altumisayuq (Alto Mesayoq): Xamã andino que tem uma relação com seres sobrenaturais, mas particularmente com os espíritos das montanhas. Acredita-se que ele foi escolhido pela Pachamama para que seja seu porta-voz com a humanidade.
  • Ama Llula: Trabalho.
  • Ama Quella: Verdade.
  • Ama Sua: Honra.
  • Amáraka: Terra dos Imortais, Nome verdadeiro do continente americano, dado em homenagem aos gigantes sobreviventes do dilúvio;
  • Amara Mara: Polaridade feminina de Aramu Muru.
  • Amaru: Serpente ou cobra. Em um nível místico para a cultura andina é a serpente cósmica e arquetípica que está relacionada ao Ukhu Pacha (Mundo Interior). Equivalente ao poder da kundalini oriental (kamaq nos Andes), razão pela qual Amaru é um caminho de vida, neste caso de elevação do estado espiritual que começa na base do sacro e depois emerge em cada nível dos restantes dos centros energéticos, proporcionando desenvolvimento e elevação do estado de consciência.
  • Amarun: Um termo utilizado na Amazônia para a Anaconda. A derradeira fonte do poder, a hidrosfera, personificada pela anaconda (amarun), o que pode quebrar todos os laços de hegemonia, mas contém dentro a própria gênese da destruição e o reaparecimento do Caos.
  • Anchanchu: Ser benevolente da natureza encontrado em lagos e cavernas.
  • Anim aypxatiri: Palavra que significa “O que devolve o animu” é o nome de um especialista na cura da perdida do animu.
  • Animu ou Camac: É o motor que impulsiona cada ser. Frequentemente é percebido como um duplo, que é a sede da percepção e da ação. É aquele que vagueia fora do corpo no transcurso de nossos sonhos. É a força que anima todas as coisas e as conduz a sua plena realização.
  • Anka: Águia. Ave associada ao terceiro nível de consciência.
  • Anka Kay: Paz.
  • Ankari: Uma só designação, que tem um significado tão grande entre os Kallawayas, não basta. Uma só significação não fornece os múltiplos conceitos que os Kallawayas do Ankari. Um só curandeiro conhece apenas um Ankari, um bom. Outro conhece muitos. Cada cabildo tem seu próprio Ankari. Um terceiro curandeiro conhece inúmeros Ankaris, bons e maus. Porém há um entendimento entre eles de que um Ankari é um vento, e ele é um servidor, um mensageiro. É ele que leva as oferendas e mensagens ao seu lugar de destino e aos locais sagrados.
  • Aramu Muru (Aramu Mur/Meru): Alto sacerdote lemuriano, um dos sobreviventes dos Mur.
  • Amauta, Hamawtta ou Hamuyiri: Mestre andino, guia espiritual ou sacerdote. Conhecido também por Yachac. São os sábios andinos primogênitos. Normalmente era o mestre da escola Yachay Wasi (Casa do Saber) dos Inkas, onde a nobreza e a realeza recebiam as intruções e ensinamentos a fim de gerir e dirigir a grandeza do território incaico.
  • Anchanchu: Seres da natureza, tipo duende, ligado a cavernas e lagos.
  • Animu: É o motor que impulsiona cada ser. Frequentemente é percebido como um duplo, que é a sede da percepção e da ação. É aquele que vaguei fora do corpo no transcurso de nossos sonhos.
  • Animu Kuti: Resgate de fragmentos da alma.
  • Anqas: Azul.
  • Antisuyu: Representa a direção leste. Região oriental do Tawatinsuyu (Império Incaico). Situado no alto Amazonas, seu entorno era o da selva tropical marcado por abundantes chuvas, alto nível de umidade e vegetação exuberante. Havia nela uma série de recursos naturais como coca, plantas medicinais, ouro e penas de aves exóticas.
  • Apacheta: Lugar de oferendas. Montanhas de pedra feita de oferendas. É uma oferenda espiritual de natureza pessoal ou grupal destinada a celebrar a aliança com os Apus e a Mãe Terra, trata-se de empilhar em forma de coluna ou pirâmide um monte de pedras de diferentes dimensões, onde a base se conecta com o Ukhu Pacha, o corpo com o Kay Pacha e a ponta o contato com o Hanan Pacha. Este arquétipo representa a aliança pessoal com os diferentes contextos dimensionais e, uma vez finalizado, outros elementos são colocados adicionalmente, sempre como motivo de oferenda (pulverizar bebidas, balas, frutas, flores, etc.). É sinônimo de saywa.
  • Apachi: Avó. Anciã.
  • Ampara katuri: Significa “o que toma a mão”. É um especialista da pulsação, um complexo método diagnostico que utiliza o exame tátil da vibração do pulso do enfermo.
  • Apu: Pode ser traduzido como “superior” e na tradição mística é mais comumente associado a uma montanha que é um ser espiritual. A esse respeito, pode elevar esse ser espiritual a um nível de grandeza – à denominação de “Senhor”. Espírito das montanhas sagradas. É o espírito guardião que governa uma montanha e, por extensão, um território. Com este conceito não há referência à terra ou montanha física. A essência desse espírito está associada ao todo (a montanha como tal) ou às suas diferentes partes, como o topo, as encostas ou a base. Este ente tutelar canaliza forças de cura poderosas que ajudam o xamã a curar. Em algumas regiões andinas equivale a Achachila, Wamani e até Awki. Significa também autoridade, chefe, líder e soberano.
  • Apukuna: Linhagem espiritual. Também é o plural de Apu, no lugar de Apus.Apukuna khuya: Pedra de linhagem espiritual.
  • Apurimac: Significa “Deus que fala”. Também é o nome de um dos rios mais importantes do Peru.
  • Apuski: Antepassado. Geração passada.
  • Atiy: O poder de fazer algo.
  • Atoq (Atuq): Raposa.
  • Aumakua: Mente superior consciente. Espírito da pessoa que é masculino e feminino.
  • Ausangate: Apu principal da região de Cusco.
  • Away: Tecer.
  • Awila: Avó.
  • Awka sirenas: Sereias que vivem dentro de rochas e quando alguém tenta capturá-las, elas simplesmente desaparecem dentro delas. As pequenas poças de água acima de suas rochas são como espelhos solares que podem ser transformados em fortes lasers que são capazes de capturar até mesmo o mais poderoso dos inimigos.
  • Awki: Espírito protetor, personagem mítico que habita os Apus. Refere-se a vários outros significados, entre os quais um semelhante à categoria Apu, desta forma também é um protetor e guardião que vive nos picos e serras, pelo qual é conhecido pelo nome plural “awkikuna”.  As vezes o termo awki designa os ancestrais, e em particular as múmias ou esqueletos que se encontram em grutas. Neste caso é sinônimo de apuchi ou machula.
  • Awqa: Palavra que denota luta ou ação de um guerreiro. Em algumas regiões andinas se identifica o inimigo, sedicioso ou rebelde. Awqa é a palavra que mais enfaticamente descreve o guerreiro em si e em termos espirituais reconhece a pessoa que luta consigo mesma para conquistar seu próprio espírito guerreiro.
  • Awqa Kenti: É o espírito guerreiro do beija-flor, que descreve a metáfora de um pássaro lutador, ativista e rebelde insaciável por causas a favor da vida.
  • Aya: Defunto.
  • Aya marka: Significa “lugar dos mortos, dos ancestrais”. É também um período entre o equinócio de primavera, em setembro, e o solstício de verão, dezembro, chamando de “mês das almas” onde se celebra os mortos ou são realizadas cerimônias para corrigir alguma falha de um ancestral.
  • Ayahuasca ou Ayawaska: Refere-se a dois significados, por um lado a planta amazônica (Banisteriopsis caapi) que cresce em forma de cipó e possui propriedades eméticas e medicinais. A bebida ayahuasca é feita cozinhando e misturando o cipó “ayahuasca” com a planta “chacruna” (Psychotria viridis). A bebida ou preparação final é tradicionalmente reconhecida como néctar dos deuses e é usada na bacia amazônica entre as comunidades nativas do Equador, Colômbia, Brasil e Peru. Planta mestra de poder, muito utilizada em experiência xamânica na selva, traduzida como “corda da morte” ou “vinho dos mortos”.
  • Ayan: Como se chama a sensação da queimadura.
  • Ayllu: Comunidade. Grupo de família que forma uma organização social específica.
  • Ayllu Apu: Apu tutelar das cidades ou comunidades. Também são relacionados a Ukhu Pacha.
  • Ayamanchare: Espírito do medo que surge a partir do vapor da terra. Ele tem qualidades extraordinárias que auxiliam os vegetalistas em seus trabalhos de cura.
  • Ayamarka: Cemitério.
  • Ayar Ukhu: Espírito Supervisor do Ukhu Pacha que deve ser evocado para permissão e assistência num trabalho de resgate de alma.
  • Ayni: Lei da reciprocidade. O dar e receber. No sistema místico define a atitude do xamã e constitui a base de todos os ritos e cerimônias, posto que o yachac está sempre realizando intercâmbios de energia com o reino dos espíritos.

B

  • Bebido: É sinônimo de adivinho e se refere a beberagem de psicotrópicos que o vidente ingere. Também se utiliza “enyerbado” para mencionar este xamã.
  • Brujo: É sinônimo de “malero” e feiticeiro. É um termo depreciativo se aplicado ao terapeuta tradicional e nunca é utilizado no léxico corrente das comunidades como sinônimo de curandero.

C

  • Cabildo: É um lugar onde se queima (e as vezes se prepara) as oferendas e sacrifícios na cultura dos Kallawayas. Na maioria das vezes é uma pedra grande e pesada que descansa sobre a terra. O termo também é dado a cerimônia que se invoca os Apus entre os paqos da etnia Q’ero.
  • Cálida: É a plantaclassificada como “quente”; pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru; quando esta tem como características ser amarga, lanosa, coberta de pelos finos e macios ou viscosos ao toque, ou seja, cheio de gordura.
  • Camaquenc ou çamaynin: Significa“manancial da força vital” ou “força transmitida a alguém”.
  • Cauchus ou runapmicuc: Maleros (feiticeiros) que atuavam a noite roubando e utilizando ossos de pessoas mortas para prepararem com sangue uma comida que se convertia em carne e era consumida por eles. A pessoa que era vítima do feitiço morria dentro de três dias. Runapmicuc significa “aquele que come homens”, principalmente crianças.
  • Catachillay (Qatachillay ou Llamacñawin): “Constelação dos olhos da lhama”, que representa a “Lhama Sideral” que nos ilumina todas as noites com seus olhos.
  • Ceke (Ceque, Seqe, Zeqe): Canal ou cordão energético, que pode nos conectar com tudo e qualquer coisa, desde o menor inseto até a estrela mais distante. Termo que faz referência as linhas energéticas invisíveis que unem lugares diferentes da Terra, chamadas também de linhas ley ou axiotonal. No campo humano, ele é um sistema de linhas energéticas que conectam os ñawis entre si, assumindo um caráter de canais de energia. Sendo que alguns deles, como por exemplo, os das mãos (makis) e do q’osqo se transformam em filamentos de transmissão de energia.
  • Ccanchis ou Qanchis: Sete. É um número mágico e sagrado que se manifesta em tudo que transcende e é composto de tawa (quatro) e kimsa (três) os quais são também sagrados.
  • Chacha Puma ou Puma Runa (Homo luminous): Homem luminoso, ser de luz. O puma é um guerreiro. Puma tem equilíbrio. Chacha Puma ou Puma Runa têm essas mesmas qualidades em sua busca espiritual, pois experiencia todo o universo e suas realidades. O Puma caminha solitariamente, e é assim que parte para sua jornada espiritual. O grande ensinamento do puma é que é o animal com o mínimo de ego, nunca procura ser visto. Você não vê o puma, apenas quando ele já se foi.
  • Chaishuck Pacha: A morada espiritual dos nossos ancestrais (submundo).
  • Chaka: ancas, nádegas. É considerado um ñawi menor das extremidades inferiores.
  • Chakana (Tawa Pacha): Seu significado é ponte. É uma cruz quadrada andina que simboliza o Cruzeiro do Sul. Os yachacs a consideram como um símbolo sagrado de luz e conhecimento, da proporção e do equilíbrio, como também a união sagrada dos opostos. É o principal mapa ou modelo por excelência em que se baseia a cosmovisão andina, explica o fluxo e a congruência entre a paridade, entre o masculino e o feminino, entre o mundo de baixo e o de cima, o sentido de direita e esquerda, as quatro direções, os quatro elementos, etc. Ele é o pachachaka dimensional mais emblemático e o computador espiritualmente mais relevante.
  • Chakana Raymi: Festa da estrela. Nos Andes, geralmente na noite do dia 2 para 3 de maio se celebra esta festa quando a constelação do Cruzeiro do Sul se encontra na parte mais alta desta constelação alinhado verticalmente com o eixo da terra, marcando o início da estação do inverno no hemisfério sul.
  • Chakaruna: É uma palavra que denota a metáfora da “pessoa-ponte”, aquela que permite a conexão de duas culturas ou povos. O papel identifica-se com o peregrino que percorre um caminho dedicado ao ensino e à transmissão de saberes tradicionais em contextos fora do local de origem. Em geral, esse personagem é escolhido pela comunidade ou pela panaqa (linhagem) para ser o representante ou o “escolhido” para tal missão.
  • Chaki: Pé.
  • Chaki Muqu: Tornozelo. É considerado um ñawi menor das extremidades inferiores.
  • Chaki Ñawi Ruk’a: Articulações dos dedos dos pés. É considerado um conjunto de ñawis menores das extremidades inferiores.
  • Chaki Pampa: Sola do pé.
  • Chaki Pampa Ñawi: Olho da sola do pé.
  • Chakuy: Significa trabalhar ou agir.
  • Chankillo: Um antigo observatório e local cerimonial na costa do Peru, na região de Ancash. É o mais antigo observatório solar nas Américas, que data de 2.300 anos. Treze pedra torres foram usadas para marcar as mudanças das estações do ano.
  • Chaqchay: Mascar a folha de Coca.
  • Ch’allay: Literalmente é um verbo que significa pulverizar um líquido ao vento, ou fazer uma libação. É também um acordo para fazer uma troca, como em uma compra mercantil.
  • Ch’amakani: Nome dado ao xamã andino, da região do sul do Peru e norte da Bolívia. Conhecido como o “Senhor da Obscuridade” este adivinho só atua a noite entrando em contato com os espíritos. Ele é um intermediário efetivo entre as entidades tutelares aymaras e o povo, diagnosticando a natureza do problema consultado como se fosse um seriado de rádio, por meio de uma representação dramatúrgica que o especialista realiza nas sombras, incorporando as vozes dos diferentes personagens que são envolvidos no processo.
  • Ch’aska: Estrela comumente associada a Vênus. Também é uma deusa associada ao alvorecer e entardecer.
  • Chaski: Mensageiro.
  • Chawpi (chaupi): Centro. Ponto de interseção. Ponte entre o lado direito (paña) e esquerdo (lluq’i). Caminho do centro na tradição que está ligado a Kay Pacha, com a realidade e a vida terrena. Envolve o ponto de integração entre as energias fora da bolha pessoal e os que estão dentro dela. É também um nome não usual de um centro de energia, que é mais conhecido como Siki.
  • Chawpi chumpi: Cinto energético que envolve o corpo humano na vertical na parte central a frente e atrás. Também é chamado de chumpi de Wiracocha ou kurku ceke.
  • Chekaq Saywa: Verdade. Segundo Saywa.
  • Chicha: É uma bebida ancestral a base de milho feita de modo artesanal. Seu uso era cerimonial, presente nas festas e celebrações desde a antiguidade. Hoje se utiliza como aperitivo o como ingrediente de alguns pratos da culinária peruana.
  • Chikuy: Significa ação.
  • Chinchasuyu: Representa a direção Norte do Tawantinsuyu, que compreende grande parte do Peru, Equador e um pedaço da Colômbia. Era a região agrícola mais importante do império incaico.
  • Chinchilliku: Gnomos que protegem as minas.
  • Chinkana: Túnel ou passagem.
  • Chiro: É uma entidade das alturas geladas, geralmente lugares inóspitos e distantes. Apresenta-se como um homem de alta estatura, com cabelos negros bem grossos, que rapta seres humanos e o fazem se perder nas montanhas, ou produz espanto com a consequência perda da alma, a sombra nos Andes.
  • Chiqchi: Cinza.
  • Chiqyaq: Verde.
  • Chonta: Madeira derivada de uma palmeira que cresce na selva, muito dura e utilizada para fabricação de espadas, lanças, varas e bordunas.
  • Chullachaqui: Ente fantasmagórico guardião dos bosques. Geralmente aparece para as pessoas que caminham solitariamente pelas trilhas. Algumas vezes se apresenta como um ser amistoso e oferece presentes da selva, porém outras vezes aparece agressivamente. Segundo as lendas ele sequestra crianças das comunidades para brincar com elas, sem machucá-las. Sua aparência é de um velho com o rosto enrugado, de onde se destaca um grande nariz, orelhas pontiagudas e olhos vermelhos, que tem cerca de um metro de altura e veste trapos muito sujos. Caminha encurvadamente e tem as pernas tortas. Porém sua característica principal são seus pés: um é humano e o outro é de um animal. Tem o costume de aparecer para caçadores e lenhadores, que destroem a mata, como um velho de chapéu de palha que faz sinal para segui-lo, levando-os até uma floresta fechada e escura, de onde saem loucos e nunca mais maltratam a natureza.
  • Chullaq Saywa: União (quarto Saywa).
  • Chu’llu: Gorro tradicional que usa os habitantes do altiplano.
  • Chullpa: Múmia. Sarcófago, tumba ou altar funerário.
  • Chumpi: Cinturão ou faixa. Segundo o misticismo andino, existem cinco cinturões de energia que rodeam o poq’po, com o vórtice energético (ñawi) ao centro de nosso corpo. Estes cinturões de energia cercam o Campo de Energia Luminoso (CEL), estes são: yana chumpi, a faixa preta que envolve o corpo no centro siki ñawi; puka chumpi, a cinta vermelha que envolve o corpo na altura de q’osqo ñawi; o kori chumpi, uma faixa dourada que envolve o corpo na altura do centro soncco ñawi; o kolqe chumpi, uma faixa prateada que envolve o corpo na altura do kunka ñawi; e qulli chumpi, a cinta violeta que envolve a cabeça na altura do sétimo olho (qanchis ñawi). Existe um sexto chumpi, que ao contrário dos outros é uma faixa energética vertical central que envolve o corpo na parte da frente e atrás, chamado chawpi chumpi. Da mesma forma – por extensão – “chumpi” é o nome atribuído às pedras com pontas esculpidas, com as quais os paqos realizam suas sessões de cura energética.
  • Chumpi Away ou Walthay: Cerimônia realizada para tecer os cintos energéticos.
  • Chumpi khuyas ou Mullu chumpis: Jogo de sete pedras utilizadas especificamente para o trabalho como os ñawis e chumpis. Estas khuyas são utilizadas para abrir o poq’po, extrair a energia densa e fechar as fissuras de nosso campo de energia, criando uma armadura energética. São utilizadas também para tecer os chumpis e despertar os ñawis (olhos místicos).As khuyas que são usadas e feitas principalmente de alabastro e outras pedras conhecidas como “jiwallas” que têm uma aparência dura, pesada e escura devido aos metais com os quais são feitos. As pedras são esculpidas manualmente por artesãos.
  • Chumpi paqo: Xamã que foi iniciado com as chumpis e é capaz de ativar os centros energéticos de outras pessoas.
  • Ch’unchu ou Sallqa (Salka): Selvagem.
  • Chununa: É um ser com características femininas de baixa estatura que habita lugares isolados, onde não existe presença humana: platôs, bosques impenetráveis, algumas cachoeiras e fontes. Ela tem longos cabelos vermelhos, olhos azuis deslumbrantes cujo olhar emana uma fascinação tão intensa e fatal fazendo com que o caminhante não consiga resistir aos seus encantos sexuais.
  • Choque Chinchay (Chocachinchay, Choquechinchay ou Chuqi-Chinchay): O princípio organizador do Kay Pacha. O Jaguar Arco-Íris, a ponte entre o Céu e a Terra. A constelação das Plêiades que representa os grandes felinos.
  • Choquekilla: Lua brilhante.
  • Churi Inti: Filho do Sol.
  • Churi uchu: Prato típico peruano que se come durante o Corpus Christi.
  • Chuspa: Bolsa de lã ou pele que os paqos levam as folhas sagradas de coca.
  • Coca: Planta da selva amazônica cujo uso medicinal remonta aos tempos pré-incas e se estende até os dias atuais por toda a área ao redor da cordilheira andina. A coca (Erythroxylum coca) tem propriedades curativas, energéticas e tônicas para a saúde e sua ingestão acompanha os camponeses andinos durante suas tarefas. Também faz parte do emblemático culto durante a cerimônia e oferendas de diferentes tipos dedicadas à Pachamama, para as quais é muito difundido o ritual de juntar três folhas formando a triologia sagrada chamada “Coca K’intu”.
  • Cocha: Lagoa, lago ou oceano. É considerada um elemento feminino.
  • Collasuyu (Qullasuyu): Representa a região sul do Tawantinsuyu, abarcando o sul do Peru e partes da Bolívia, Argentina e Chile. Colla significa “altiplano”. Sua extensa (planalto) é ideal para criar lhamas e alpacas. A região também é rica em sal, batatas, ouro, prata e bronze.
  • Conchucano: Como se chama em runasimi o ritual para fazer chover.
  • Conopa: Objeto ritual esculpido em pedra, típico da cultura incaica, pertencente ao grupo de pequenos ídolos que eram usados para promover a fertilidade de pessoas, plantações e lhamas. Reproduz formas da natureza, como espigas de milho, personagens ou camelídeos (lhamas ou alpacas), recebendo, neste caso, o nome de “illas”. Esses objetos possuem um buraco em sua superfície ou base que representa o culto aos ancestrais e eram usados como recipiente para pequenas oferendas durante os rituais. É um símbolo de proteção e boa sorte.
  • Contisuyu (Kuntisuyu): Representa a direção oeste do Tawantinsuyu, que abastecia os Inkas de importantes recursos marinhos. Com seu relevo de imponentes picos, vulcões e desfiladeiros, esta região desafiou os engenheiros do caminho inca.
  • Coya (Qoya): Termo que designa a irmã ou esposa do Inka. Constitui a manifestação feminina de sexto nível da consciência humana.
  • Curandeirismo: A ciência praticada pelo curandeiro. Sistema de medicina popular latino-americana. Curandeirismo mistura crenças religiosas, fé, oração e com a utilização de ervas, massagem e outros métodos tradicionais de cura. Pode ser definido como um conjunto de crenças tradicionais, rituais e práticas utilizadas em curas física, espiritual e psicológica. A meta de curandeirismo é criar um equilíbrio entre o paciente e o seu ambiente, assim recuperando a saúde.
  • Curandero: Personagem relacionado à cura popular ou empírica. O curandero é geralmente formado por sua vocação e às vezes por seu legado de parentesco. O curandero se destaca em sua comunidade como uma pessoa ponte que faz a mediação entre os espíritos do mundo sobrenatural e as pessoas comuns, seu propósito é curar, ajudar no bem-estar e se dedicar inteiramente à sua comunidade.

D

  • Daño: Dano causado pelo layka (malero). É uma forma mágica de ação sobre a saúde e seu tratamento é fundamentalmente mágico. Se o dano é produzido por homens devido a inveja e outros fatores, como o envio por parte do malero, deve se curar o paciente livrando-o dos efeitos produzidos pela influência da magia negra praticada. O dano também pode ser transmitido “por la boca”, quando se ingeriu uma substância que produz efeitos nefastos com os resultados pretendidos, ou “por lo aire”, quando se supõe que foi causado por inalação. Uma forma especial de “daño” é o chamado de roubo da alma. Danos também podem ser realizados atuando-se sobre uma boneca ou um objeto da vítima.
  • Despacho (Dispachu, Haywarisqa ou Haywasqa): É uma prática andina milenária de oferenda a Madre Tierra e outros comensais sagrados. Essa prática consiste em criar um conjunto de representações típicas do contexto, que permite mostrar a reciprocidade (ayni) direcionada à terra. Em geral, o ato ritual é realizado com maior sentido energético com a finalidade de devolver ou restituir à terra as gentilezas ou benefícios recebidos, ao invés de pedir ou desejar algo em troca. Existem em torno de 250 tipos de despacho, os mais habituais são para celebrar Pachamama e os Apus. O Despacho também está estreitamente ligado a farmacopeia e aos ritos terapêuticos. Muitos yachacs oferecem um dispachu ao espírito patógeno para convidá-lo a liberar o enfermo de sua influência nefasta.
  • Dieta: A diferença da dieta moderna ou atual que suprimi alguns alimentos ou faz um jejum geral, a “dieta” de origem andina-amazônica faz alusão a um tipo de retiro iniciático onde é ingerido plantas mestras nativas. O retiro se realiza exclusivamente por um “maestro vegetalista”, curandeiro o “dietero”, porém são as plantas mestras neste caso que ensinam e desempenham uma função fundamental na autocura e formação dos iniciados. O tempo da dieta varia de alguns dias a meses, segundo o propósito que se pretende entre o dietista e o “dietero”. La dieta se realiza geralmente no meio da selva amazônica em uma cabana conhecida como tambo (lugar de descanso) e as cerimônias com as plantas em outra cabana rústica conhecida como maloca.
  • Duplo-anímico: Um aspecto do nosso psiquismo que existe fora do espaço/tempo, em forma simbólica. O duplo se torna real quando vivemos nosso processo inconsciente, sem dúvidas e hesitações, assumindo responsabilidades e viver o que percebemos e experienciamos, independentemente do que outros possam pensar. Sonhar o corpo, algumas vezes chamado o dobro ou o outro, porque é uma réplica perfeita do Sonhador, é intrinsecamente a energia de um corpo luminoso sendo esbranquiçado, como um corpo fantasma, que é projetado pela fixação da segunda atenção em uma imagem tridimensional do corpo.

E

  • Encanto (Encantado): Ser sobrenatural.
  • Enqa: Talismã, rocha ou pedra de forma antropomórfica ou zoomórfica; considerada como totem.
  • Enqaychu: Elemental do fogo. Também é o nome dado a uma pequena pedra, natural ou esculpidas, que lembra um animal ou forma humana, considerado para conter a força e o poder de trazer boas coisas para a sua vida.
  • Entendido: Nome dado ao xamã andino, dependendo da região.

F

  • Fresca: É a planta classificada como “fresca”; pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru; quando esta é encontrada na beira da água e em ambientes úmidos e tem como características suas folhas serem carnosas e grossas, suculentas (cheias de água) e seu sabor na maioria das vezes é doce, insípido ou ácido.

H

  • Hallpay: Mastigar coca.
  • Hamawtta (Amauta ou Hamuyiri): Mestre andino, guia espiritual ou sacerdote. Conhecido também por Yachac. São os sábios andinos primogênitos. Normalmente era o mestre da escola Yachay Wasi (Casa do Saber) dos Inkas, onde a nobreza e a realeza recebiam as intruções e ensinamentos a fim de gerir e dirigir a grandeza do território incaico.
  • Hampi: Energia de cura. Medicina.
  • Hampi Munay: Amor curador.
  • Hampi Munay Muyu: Técnica de cura andina usando a energia do amor. É uma energia gentil, tenra.
  • Hampiq: Trata-se de um termo genérico para se designar qualquer curandeiro, seja qual for sua classificação. Muitas vezes é designado aos herboristas e erveiros para diferenciá-los dos yachacs.
  • Hampikamaioq: Curandeiro.
  • Hampuy: Comando do verbo usado pelos xamãs para chamar um espírito, ou ser da natureza. É a palavra arquetípica andina para chamar os espíritos aliados (yanapaq) que irão ajudar na cura dos participantes de uma cerimônia. Geralmente se chamam os Apus (espíritos das montanhas) a fim de que eles assistam aos yachacs. O ato de chamar é uma característica que representa a força do mestre andino, curandeiro ou xamã, que neste caso, se estiver em sintonia com aliados poderosos, o efeito da cerimônia será mais relevante.
  • Hampuy hampuy: Expressão utilizada pelos sacerdotes andinos para chamar um determinado espírito ou uma deidade.
  • Hamuy: significa literalmente “venha”.
  • Hamuyiri (Hamawtta ou Amauta): Mestre andino, guia espiritual ou sacerdote. Conhecido também por Yachac. São os sábios andinos primogênitos. Normalmente era o mestre da escola Yachay Wasi (Casa do Saber) dos Inkas, onde a nobreza e a realeza recebiam as intruções e ensinamentos a fim de gerir e dirigir a grandeza do território incaico.
  • Hanan: Acima, em cima. Alto ou elevado.
  • Hanan Pacha (Hanaqpacha ou Janan Pacha): O mundo superior, uma atmosfera superior acima das nuvens onde habitam os seres espirituais, representado pelos Apus e o Condor. Este é o mundo do abstrato, ligado à nossa supraconsciência, o neocortex. É a sede das formas arquetípicas do princípio espiritual de todas as coisas vivas.
  • Hapu ou Japu: União de duas energias que se encontram em perfeita harmonia. Casal sagrado, a melhor forma de yanantin. Um casal sagrado que alcançou o desenvolvimento dos três poderes humanos: mente, coração e corpo (yachay, munay e llank’ay).
  • Hatun Karpay: Significa “grande iniciação”.
  • Hatun Mayu: Via láctea Inka, significa literalmente “grande rio”.
  • Hatun Samay: A grande respiração.
  • Hatunsamay: Esta palavra representa o “grande espírito presente no sopro”; ou seja; a força vital presente na respiração humana. O hatunsamay hoje constitui o conjunto de práticas onde a respiração é utilizada como eixo central de diferentes aquisições e aprendizagens, é utilizada para efeito de medicina relaxante, para meditação qhaway, para práticas energéticas de autocura e outras cerimônias de iniciação. Através da respiração deste tipo, a pessoa se purifica, entra em contato, relaxa, entra em transe e amplifica seu estado de consciência.
  • Hayaqe: Vesícula.
  • Haywarisqa (Haywarikuy, wilancha, wajt’a ou despacho): Oferenda. É uma prática andina milenária de oferenda a Madre Tierra e outros comensais sagrados. Essa prática consiste em criar um conjunto de representações típicas do contexto, que permite mostrar a reciprocidade (ayni) direcionada à terra. Em geral, o ato ritual é realizado com maior sentido energético com a finalidade de devolver ou restituir à terra as gentilezas ou benefícios recebidos, ao invés de pedir ou desejar algo em troca.
  • Hayway: Sacrifício.
  • Hembra: Classificação dada a planta; pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru; quando esta é “considerada” fêmea pelas suas características visuais que podem ser por ser larga, redonda, carnosa, curta, suave, flexível ou que contenha leite (látex).
  • Hierbero: Pessoa que conhece as propriedades das plantas medicinais (ervas) e cura com elas.
  • Hisp’ay p’uru: Bexiga.
  • Hornacina: Nicho, reentrância feita na parede que nos lugares sagrados é utilizado para colocação de objetos cerimoniais.
  • Huaca (Wak’a): É um lugar sagrado por excelência. Neste ponto telúrico das terras andinas, foi que as culturas pré-incaicas e Inkas erigiram inúmeros templos para realizar trabalhos energéticos e espirituais. Estas construções foram distribuídas por todo Tawantinsuyu e estavam unidas pelos cekes. São lugares onde há um véu entre os mundos, em que as percepções ordinárias de tempo e espaço são obscurecidas. São lugares onde o kawsay, a energia original da criação do nosso mundo respira, onde os xamãs podem ver os eventos que aconteceram no passado e ler nossos destinos. É considerado um portal entre os mundos. Huaca também é um dos sinônimos para objetos de poder, mas na TINA preferimos chamar estes de “Artes”.
  • Huaman: Gavião-real (harpia), conhecida também como a Águia Esmeralda. Ave associada ao segundo nível de consciência.
  • Huari Runa: Povo gigante; povo criado para serem os guardiões do lago sagrado Titikaka.
  • Huarinquero: Nome dado ao xamã andino, dependendo da região. É aquele que trabalha com as lagoas Huaringas. Geralmente é designado especialmente em Huancabamba, cuja cordilheira ficam as mais prestigiosas lagoas do norte andino. Ele se alterna no uso de “maestro hurinjano” e é um termo de distinção para indicar quem trabalha não com uma lagoa, mas com as lagoas sagradas da tradição curandeiril.
  • Hucha (hoocha ou jucha): Energia densa, pesada e obscura, a caminho de um processo de reciclagem. Só é produzida pelos seres humanos;
  • Hucha Miqhuy: Significa “comer a energia intrusa”. Fundamenta-se em aprender a digerir a energia densa (hucha) utilizando o estômago espiritual (q’osqo) para criar fluxos energéticos, sendo um ascendente de energia sutil, e outro descendente de energia densa.
  • Hucha sapa: Pessoa emocionalmente doente que esgota sua energia e não tem a capacidade de lidar com seus problemas.
  • Huq’uta: Sandália.
  • Hurin: Abaixo. Inferior.

I

  • Ícaro ou ikara: Canto curativo dos xamãs vegetalistas em suas cerimônias de cura e iniciações. Esse canto surge do fundo da alma do xamã e com o tempo, vai tomando forma. O ícaro geralmente vem de cerimônias em estados expandidos de consciência, onde o mestre curandeiro em estado de transe recebe informações do mundo espiritual, a fim de transferir mensagens ou respostas de cura para as pessoas que participam de um ritual. Os ícaros representam um recurso fundamental para a cura durante os estados de transe, eles acompanham, acalmam, relaxam, orientam, amplificam o estado de consciência e ajudam a gerenciar os efeitos da ingestão de plantas mestras.
  • Ichu: Palha.
  • Ichuri: Antigo ritual que coletava através do ichu (canudos de palha) as tristezas do coração e que posteriormente eram jogados no fogo e depois suas cinzas depositadas no rio.
  • Illa (illia, illya ou iylla): O princípio criativo. Quando adquire fluxo se torna o Kawsay (energia cósmica). A substância que cria a realidade que manifesta-se como fogo e água. Um dos nomes para o Criador do Universo. Luz, luminosidade.
  • Illa Hamawttas: Sábios antecessores dos Inkas.
  • Illa Muyu: “Semente Illa” é a sede energética da nossa vontade localiza no nosso corpo na altura do esterno. Ela contém todo o potencial para atingirmos o nosso “verdadeiro eu”. Illa Muyu é uma metáfora na tradição espiritual andina que representa o poder que os seres humanos têm de fazer crescer a luz de dentro, de suas próprias raízes e atributos, com o tempo a semente deve germinar e se desenvolver como uma árvore mágica, frondosa e portadora de sementes de paz, luz e amor universal. Na tentativa de alcançar a iluminação da consciência humana, adquirem-se capacidades e níveis de desenvolvimento físico, emocional, mental e espiritual, que os mestres andinos – por sua vez – têm a responsabilidade de instruir os iniciados da tradição, nesse caminho. de energia viva. De acordo com a Tradição Andina, cada um de nós é portador de uma semente de luz (Illa muyu) que pode ser desenvolvida com o objetivo de alcançar níveis de iluminação espiritual. Segundo a tradição, isso só é possível na medida em que conseguimos trilhar o caminho da energia viva da espiritualidade andina.
  • Illa Tkisi: Seres luminosos.
  • Illapa: Deus das Tempestades; força telúrica que representa o raio, trovão e relâmpago.
  • Illapa runa: Ser de luz.
  • Illasqas: Seres iluminados, os Mallkus e Ñust’as.
  • Illawaman: É o Apu tutelar de Urubamba, também chamado por Chicon. Seu nome significa “falcão resplandescente”.
  • Inka (Inca): Imperador, chefe supremo do império Tawantinsuyu. Filho do Sol. A origem do seu nome vem da antiga palavra enqa que significa buraco negro em runasimi.
  • Inka Mallku ou Tukuy Hampiq: É o curador totalmente desenvolvido, infalível, de quinto nível de consciência.
  • Inkari (ou Inkarri): O primeiro Inka, o sábio mestre lemuriano chamado Aramu Muru ou Meru. Também se refere a linhagem ancestral andina que utiliza a medicina energética. Também é o nome da linhagem ancestral andina que utiliza a medicina energética.
  • Inkas: Grupo pré-colombiano da América do Sul com alta identificação religiosa, cultural e filosófica entre si, que construiu, pela imposição de sua cultura, um império (conhecido como Tawantinsuyu) que incluía regiões desde o extremo norte como o Equador e o sul da Colômbia, todo o Peru e Bolívia, até o noroeste da Argentina e o norte do chile, no período entre 1.200 até 1.533 quando houve a invasão espanhola.
  • Inti: Sol. Na mística andina apresenta um significado que se refere ao espírito do Sol. Inti neste caso é a essência da energia que emana do Sol. As culturas andinas escolheram o Sol como o grande soberano com aspecto masculino que emana a energia da luz, concede a razão e confere sua força a tudo o que existe na Mãe Terra.
  • Inti Punku: Porta do Sol.
  • Inti Raymi: Festa do Sol. Celebrado em 21 de junho como sendo o Ano Novo andino.
  • Intip: Raio solar.
  • Intip Chinkanan: Raio solar poente; direção oeste.
  • Intip Lluqsinan: Raio solar nascente; direção leste.
  • Intiq Churincuna: Irmandade Solar Andina.
  • Intiwatana: Amarrador do Sol, Medidor do Sol ou observatório solar.
  • Iskay: Faz referência ao número dois.
  • Itu Apu: Montanha de referência, conhecido também como sua estrela guia. Local de poder. Ser espiritual de origem masculina. É um Apu tutelar, uma montanha que protege uma pessoa de acordo com seu local de origem.

J

  • Jampiri: É o médico de jampi (medicina) que reúne em si conhecimentos fitoterápicos junto com conhecimento claramente ritualísticos e exorcísticos cuja finalidade é expulsar do corpo do enfermo os espíritos responsáveis pela enfermidade.
  • Japhallani: É um xamã andino da região sul do Peru e norte da Bolívia. É um especialista na cura do gado por meio do contato com certos espíritos, os “japhalla”, que podem acabar com as pragas e enfermidades dos bovinos, se não for promovido por meios de oferendas.
  • Japiñuñu: É um ente maligno que mora em lugares desabitados e aparece a noite para os transeuntes solitários, tendo a figura de uma bela mulher com seios fartos, que afoga suas vítimas entre eles.
  • Jila: Irmão ou irmã na língua aymara.
  • Jilatanaka: Irmãos ou irmãs, em aymara.

K

  • Kallariy Saywa: Princípio (sexto Saywa).
  • Kallawayas: Mestres xamãs andinos que vivem na Bolívia ao noroeste do lago Titikaka na zona das cordilheiras Apolobamba e de Muñeca, próxima a fronteira do Peru. Eles são possuidores de um profundo conhecimento sobre plantas medicinais e terapias xamânicas. Sua origem se perde na milenária história da civilização andina, mas alguns indícios sugerem que eles surgiram antes do período incaico, durante o esplendor da cultura Tiwanaku, desaparecida no século XI. Eles também são vistos como uma etnia.
  • Kallpa: Refere-se ao vigor ou força pessoal.
  • Kamaq (Camac): Princípio criador supremo da cosmologia andina. Energia suprema vital.
  • Kamasqa (Camasca): É um tipo único e raro de yachac que recebe sua iniciação diretamente do Spíritu.
  • Kanay: Significa saber quem você realmente é e então ter o poder pessoal para vive-lo intensamente. Em runasimi “kanay” significa algo como “acender”, “incendiar”, “queimar”, “sofrer calor intenso”.
  • Kancha: Campo, pátio, palácio. Praça.
  • K’anchay: A energia da luz análoga à energia celestial ou o eletromagnetismo em física. É a forma mais elevada de energia espiritual usado pelos curandeiros do Peru. É eficaz, porque ele acessa os reinos intemporais de espírito, permitindo que a pessoa em necessidade de cura para a etapa fora do tempo e experimentar uma sensação de infinito. Nome dado a um método de cura andino que utiliza essa energia cósmica.
  • K’anchaymayu: Rio de luz cósmica. São os meridianos que transportam a energia dentro de nosso corpo luminoso.
  • Kapac Runa: Gente única. Membros da irmandade de Amaru Muru.
  • Kapac Ñan (Qhapaq Ñan): Representa a filosofia do caminho sagrado conhecido como “Caminho dos Justos”. Embora para as pessoas comuns signifique a rede de estradas Inka (trilha Inka), dentro dos círculos espirituais andinos, surge como o caminho sagrado de conhecimento, que geralmente é simbolizado com a cruz andina (chakana) configurada por uma linha diagonal que une diferentes lugares sagrados andinos (huacas) em um vasto território. Foi por este caminho que a figura mitológica de Wiracocha percorreu os Andes, criando o mundo andino e seus povos. É um caminho que vai deste a cidade de Tiwanaku até o Oceano Pacífico (passando por lugares sagrados como: Amantani, Pukara, Raqchi, Cusco Victos e Cajamarca). É considerado patrimônio da humanidade pela UNESCO desde de 2014.
  • K’ara: É uma espécie de halo luminoso que se sente ou se vê como uma manifestação de energia sami (sutil); este pode ter várias cores e a sua identificação só pode ser feita por yachacs poderosos.
  • Karpaq: Aprendiz. Discípulo.
  • Karpay: Transmissão energética que conecta a pessoa com uma linguagem ancestral de conhecimento e fornece poder ao indivíduo. É uma palavra chave para entender a tradição andina em seu verdadeiro sentido espiritual. É normalmente associado ao rito de passagem iniciático que geralmente é conferido a partir de um encontro entre um mentor e um karpaq (discípulo), neste ato ritual, porém, é transmitida ou realizada uma troca de poder pessoal que é recíproca para ambas as partes, o que corresponde à prática do princípio de ayni. Isso supõe a transmissão de poder pessoal mútuo, que, diferentemente de outros sistemas verticais de iniciação ou aprendizagem, é realizado a partir de uma base horizontal de poder compartilhado, de modo que a administração da transmissão de poder não seja unilateral ou vertical e apresente um aspecto plano. Para um discípulo é importante receber um ensinamento tanto quanto para um mentor é essencial compartilhar seu conhecimento ou sabedoria, caso contrário a aplicação de ayni ou equilíbrio não teria relevância.
  • Kasha: É como são chamadas as “plantas espinhosas” pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru.
  • Kawsay ou Kausay: Princípio criativo multidimensional e energia animadora do cosmo; energia original da criação, energia vital, luz cósmica; energia viva e dinâmica, pessoal e inteligente que influi diretamente no nível de consciência e de poder pessoal do yachac (xamã). É luminosidade, harmonia, bem viver, cuidar da família, boa sorte, etc.
  • Kawsay Ñan: Caminho dos Cosmos vivo.
  • Kawsay Pacha: Cosmos; aspecto vivo e inteligente da Eternidade que a tudo permeia e que dentro do Ser Humano existe de forma latente, a semente ancestral dos Hamawttas. Mundo imaterial.
  • Kawsay Poq’po: Nome dano nos Andes ao CEL – campo de energia luminosa, nossa bolha energética.
  • Kawsay Puriy: Representa uma parte da filosofia do caminho iniciático andino, literalmente interpretado como “caminhar no cosmos da energia viva”. Razão pela qual identifica as pessoas que estão neste processo de iniciação.
  • Kawsay Saywa: Energia vital (primeiro Saywa).
  • Kay Pacha ou Aka Pacha: Mundo mediano ou ordinário, onde habita os seres vivos e tudo que se move pela Terra. É o mundo do sentimento, ligado à nossa consciência, ao cérebro límbico. É representado pela presença do felino sagrado, neste caso o puma no mundo andino dando acesso as montanhas e o jaguar na selva amazônica. O felino representa o espírito guardião que abre a porta para o inframundo.
  • K’ayrapin: Pâncreas
  • Khuya: Pedra utilizada para curar, em terapias medicinais; toda pedra tem um soncco (coração); a palavra em si, significa amor ou afeto.
  • Khuya Hampiq: Xamã andino que trabalha com os espíritos das pedras, das montanhas e com os poderes das plantas para curar. É o curandeiro das pedras.
  • Khuya: A palavra significa amor ou afeto. Também pode designar uma pedra, estatueta de metal, um objeto que embutimos afeto, e que utilizamos para curar, em terapias medicinais. Para os paqos da etnia Q’ero é uma pedra que possui virtudes mágicas.
  • Khuya Rumi: Pedra dada ao aprendiz, pelo seu mentor.
  • Khuyay: Vida infundida com paixão. É amor apaixonado, mas não necessariamente amor romântico. É tanto um sentimento quanto uma escolha, mas com ação. É uma das expressões primárias de lluq’i, o lado esquerdo do caminho andino. É a capacidade associada ao nosso q’osqo ñawi. Khuyay é a energia que nos motiva tanto para iniciar a ação quanto para sustentá-la ao longo do tempo, e para fazer conexões com os outros e com o mundo.
  • Kichay: Abrir ou destampar.
  • Kiku q’illu ou killmu: Alaranjado.
  • Killa: Lua.
  • Killaqhaway: Refere-se à arte de contemplar com a lua até ser um com ela, compreendê-la em sua essência e significado espiritual geralmente confere energia com aspecto feminino e move o fluxo da evolução a partir dessa aquisição.
  • Killichu: Pequeno gavião. Ave associada ao primeiro nível de consciência.
  • Kimat: É uma ninfa, a rainha do mundo subaquático, que é chamada pelos curandeiros como meio de defesa contra os maleros. Ela surge geralmente quando as tempestades se iniciam.
  • Kimsa: Número três, sagrado. É uma vibração esotérica presente na criação universal e se manifesta em quase tudo (criação, desenvolvimento e destruição; positivo, negativo e neutro; AUM, etc.).
  • Kinsantin: Faz referência ao número três. Nome dado a terceira Mullu Khuya / Piedra Chumpi.
  • K’intu: Oferenda composta de folhas de Coca (três, seis ou doze tradicionalmente), dispostas em leque, e que se agarra pelo talo.
  • K’intuta phukuspa: É o nome que se dá ao soprar sobre o k’intu na direção dos Apus.
  • K’isñiy: O ponto de encaixe ou de aglutinação é uma estrutura energética dentro do runa kurku k’anchay (casulo energético) onde decodificamos todas as nossas experiências supra-sensoriais, do déjà vu e precognição ao êxtase e amor. Todos nós temos o k’isñiy originalmente fixo num conjunto de fibras que determina a percepção da realidade tal qual a partilhamos. É o equivalente luminoso do nosso cérebro físico (aproximadamente do tamanho de uma bola de tênis), e é nelei que recebemos informações que nossos sentidos comuns não conseguem captar.
  • K’ipchan: Fígado.
  • Kolqe ou Qullqi: Prata.
  • Kolqe Chumpi: Cinturão energético localizado na linha da garganta. Significa cinto prateado e é associado a lua e ao vento.
  • Korekenke: Ave mais sagrada para os Inkas.
  • Kori ou Quri: Ouro.
  • Koricancha: Templo de Ouro, chamado pelo Inkas de Templo do Sol.
  • Kori Chumpi: Cinturão energético localizado na linha do coração. Significa cinto dourado e é associado ao Sol.
  • Kori Kamaq: Energia dourada criadora localizada na base da espinha dorsal, cóccix, em estado dormente.
  • Kuchus: Cotovelo. É considerado um ñawi menor das extremidades superiores.
  • Kuka Williri: Significa “aquele que esparrama” as folhas de coca ao chão e deduzem a resposta por meio de uma precisa técnica oracular.
  • Kukuchi: Espectro, fantasma, alma condenada.
  • Kullakanaka: Irmãs, em Aymara.
  • Kulli: Roxo.
  • Kuna: Sufixo do plural em runasimi. Equivalente ao “s” em português. Ex: apukuna.
  • Kunan Pacha: Tempo presente, onde o passado e o futuro se unem no agora.
  • Kunka: Garganta, pescoço. Voz.
  • K’uychi (Kuychi): Arco-íris.
  • Kuraq: Significa “alto”, “maior” ou “superior”. Irmão mais velho.
  • Kuntur: Nome em runasimi dado ao Condor, a maior ave voadora, de cor negra com algumas penas rajadas de branco. Ave do quarto nível de consciência.
  • Kuraq Akulliq: Xamã andino visionário que trabalha primariamente com o Hanan Pacha e com os filamentos energéticos celestiais, a energia divina. É o quarto estágio, o mais elevado que um xamã andino pode atingir. Kuraq Akulliq significa Grande Anciã(o) ou Mestre da Sabedoria Ancestral. A tradução literal é “Grande Mastigador(a) de Folhas de Coca”. Também são conhecidos por usar terremotos e outras energias da natureza para criar transformação.
  • Kuti Mesa: Literalmente significa “Mesa para devolver”. É uma cerimônia de cura que devolve a desgraça e arrependimentos a sua origem (que também pode ser uma pessoa, um feiticeiro ou o indivíduo que o contratou.

L

  • Layka: Nome dado a um xamã andino. É um feiticeiro que opera essencialmente com as forças negativas. Ele é o especialista em produzir magicamente o dano (danõ), porém também é capaz de liberar os feitiços por meio de tikrapu (contra-feitiços).
  • Layqa: Nome dado ao xamã andino da região do sul do Peru e norte da Bolívia. Apresenta um caráter bivalente, ao executar práticas terapêuticas e propiciatórias junto com as mágico-negativas. Quando se quer expressar apenas a sua função maléfica, se usa o termo layqa ch’iwi que significa “Senhor das Trevas”.
  • Limpia: É uma cerimônia de limpeza com a intenção de livrar uma pessoa de má sorte, doença ou feitiçaria. Ela consiste em esfregar o corpo do enfermo como objetos da mesa do yachac, como também com flores ou ovo de galinha caipira. Em determinados casos esfrega-se o cuy (porquinho-da-índia) no corpo, para absorver a doença e ao final sacrifica-o, ou o joga na correnteza do rio. Pode-se também realizar a limpia com varas de madeira de chonta, principalmente nos casos de amarração amorosa. Para finalizar essa cerimônia o paciente deve sempre ser banhado nas águas de um rio ou lagoa.
  • Llamp’u: Gordura extraída do peito da lhama utilizado na mesa de oferendas dos yatiris (xamãs aymaras) aos comensais sagrados.
  • Llaqta Apus: Apus das grandes cidades. Também são relacionados a Kay Pacha.
  • Llank’ay: Um dos três poderes humanos ou dom (junto com munay e yachay) que correspondente a capacidade de realizar trabalho físico, ação. Também corresponde à vontade, poder e intenção. Representa um dos códigos mais importantes da tradição espiritual andina, refere-se ao valor essencial que a atividade ou o ato de fazer adquire como meio de transformar o pensamento em realidade. Através do llank’ay, o pensamento se transforma em fatos concretos, associa-se também à experiência, ao movimento e ao dinamismo. Pode ser dividido em dois: khuyay, que significa paixão; e atiy, que é o seu poder pessoal medido no momento, discernindo o momento adequado para a ação e colocando seus impulsos sob sua vontade.
  • Llank’ainiyoq: É a pessoa que conhece ou exercita sua vida com passos concretos, que apresenta um equilíbrio entre pensar, sentir e agir. Llank’ayniyoq representa o valor concreto de quem se dignifica com trabalho ou atividade, que transforma o mundo com seus atos ou ações. Que demostra a si e aos demais que há coerência entre os feitos, o pensamento e as palavras.
  • Llank’aq Runa: Os trabalhadores.
  • Llanthu: Sombra. Penumbra ou trevas.
  • Llanthu Kawsay (Sami): Energia viva leve. É o fluxo irrestrito de energia refinada que está em tudo. O Sami envolve o mundo natural, animando todos os seres vivos e conferindo “poder” aos lugares e objetos naturais onde se acumula.
  • Llasaq Kawsay (Hucha): Energia viva pesada. É o kawsay lento, que pode parecer pesado para nós, ou melhor, nos faz sentir pesados emocionalmente, fisicamente e espiritualmente. Esta energia se torna lenta pois é criada somente pelo ser humano. Não é em si uma energia ruim, negativa, prejudicial ou perigosa, é pesada e nada mais. Esta também faz parte do ciclo natural de vida e morte, no período descendente.
  • Llipta: É uma massa formada por uma mistura de cal e cinzas de Kiwicha ou quinua, que se põe na boca no momento de mascar a folha de coca para facilitar a extração dos alcaloides desta planta.
  • Lluq’i (Lloq’e ou lloke): Caminho conectado a Consciência do Outro Eu, associada com o mundo espiritual, a realidade não-comum e o desdobramento de energias desconhecidas que estão sempre presentes em todas as coisas. Está ligado a Ukhu Pacha (Mundo Profundo). É o caminho da esquerda, do poder da magia e do mundo mágico, ligado ao feminino. Desenvolve o trabalho energético interno (sob a pele física). É considerado o lado mágico-prático e conecta esse aspecto metafísico com a vida cotidiana. Desenvolve em nós o qhawaq, a abertura da visão superior. Este é o trabalho mágico e prático de dominar ativamente as energias dentro de sua bolha pessoal (poq’po) e tecer ainda os chumpis e despertar os ñawis para integrar graciosa e profundamente sua bolha de energia pessoal e corpo físico.
  • Lluq’i Chaka Ceke: Linha energética da perna esquerda.
  • Lluq’i Marq’a Ceke: Linha energética do braço esquerdo.
  • Lluq’i Misa Qhepi: Mesa que associamos ao aspecto llank’ay do caminho (lado esquerdo), que é mais orientado para a ação. Tradicionalmente, a mesa do lado esquerdo contém as mullu khuyas, ou as sete pedras que usamos para fazer o karpay e tecer os cintos (chumpis) e abrir os olhos místicos (ñawis).
  • Lluq’i Ñawi: Olho esquerdo. Conhecido nas tradições espirituais como olho mágico.
  • Lluq’simuy (lluq’sichimuy): É uma palavra usada no mundo espiritual andino através da qual se convida a energia pesada a sair e se transmutar no contexto da reciclagem. As energias densas, tóxicas e desgastadas encontram o caminho da libertação e transcendência através da repetição sustentada deste taki (mantra andino).
  • Loraipo: Planta medicinal andina que trata dor de ouvido.
  • Lugarniyoj: Não existe nenhuma cura Kallawaya sem uma evocação aos lugares. Lugarniyoj significa “alguém que possui um lugar”. Os locais assim nomeados são muito especiais: lugares a que se reza e pede; a que, uma criança ou adulto, pode ser dedicado numa espécie de “batismo”, locais que estão habitados sem que se possa ser personificado a esse alguém (machula ou achachila) que os habita. O lugar tem um nome: de uma montanha, de um lago ou fonte. Ninguém passa indiferente por um lugarniyoj, porque este tem poder. O lugar pode curar, castigar, acalmar, ficar com raiva. Ou seja; é um local de poder, uma huaca como chamam a maioria dos yachacs.

M

  • Mach’aqway: Constelação andina da serpente.
  • Mach’ay: Caverna.
  • Macho: Classificação dada a planta; pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru; quando esta é “considerada” masculina pelas suas características visuais que podem ser por ser pontiaguda, elevada, erguida ou coriácea (áspera).
  • Machu: Ancestral. Velho. Espírito antigo.
  • Machu Picchu: Significa montanha velha, porém também chamada de cidade iniciática, cidade Luz, cidade do Arco-Íris, cidade de Cristal, etc.
  • Machukuna: Plural de machu (machula). Também eram chamados de “Filhos da Lua”.
  • Machula (machu ou gentio): Espírito protetor de uma família ou linhagem, porém se caracteriza por carregar consigo uma força muito ancestral. Avô. Antepassado. Também considerado um ancestral masculino dos tempos pré-solares, de uma era antes da humanidade.
  • Maki: Mão.
  • Maki Chumpi Away: É quando o yachac tece os cinturões energéticos (chumpis) com a mão. É muito poderoso para ler o campo energético. Além disso, é utilizado para o ensino de iniciados e como recurso para limpeza de canais e cintos.
  • Maki Muqu: Pulso, munheca. É considerado um ñawi menor das extremidades superiores.
  • Maki Pampa: Palma da mão.
  • Maki Pampa Ñawi: Olho da palma da mão.
  • Maki Ruk’a: Articulações dos dedos das mãos. É considerado um conjunto de ñawis menores das extremidades superiores.
  • Malero: Feiticeiro, aquele que faz o mal.
  • Mallki: Árvore. Associa-se com os espíritos que habitam estes seres. Os mallkis são considerados mestres espirituais que nos falam em silêncio e na meditação visionária (qhaway).
  • Mallqikuna: Plural de mallki.
  • Mallku: Condor celestial. Espírito do condor para alguns yachacs. Esta denominação também é dada aos espíritos protetores locais. Além disso, significa chefe, senhor ou autoridade.
  • Mama: Nome feminino de espírito ou deidade. Todas as plantas, animais, lagos, rios, montanhas e fenômenos meteorológicos possui tal espírito. O sufixo-mama, acrescentado ao nome de qualquer animal, é utilizado para designar um gigantesco protótipo da espécie ou diretamente associados a eles.
  • Mama Allpa (Allpa Mama): ventre de nosso mundo (Kay Pacha). Deusa da fertilidade representada com vários seios.
  • Mama Coca: A planta da coca (Erythroxylum coca) é atribuída a um espírito feminino e maternal porque, segundo as tradições, é a planta com maior simbolismo e experiência materna de outras plantas. Mama Coca apresenta-se como um medicamento que alivia a dor, acalma e traz serenidade.
  • Mama Coccha: Mãe d’água, dos lagos e oceanos.
  • Mama Killa (Mama Quila): Grande Mãe Lua, a senhora das emoções. Manifestação da energia feminina divina.
  • Mama Occlo: Primeira Inca, filha do Sol, também conhecida como Amara Mara.
  • Mamacha (Pachamama): Mãe universal ou sagrada.
  • Mamantuá (Mamatuá): A Mãe de todos os seres humanos, na Amazônia.
  • Mancharisqa: Enfermidade provocada pela subtração do animu, que é mantido cativo por uma entidade do outro mundo. Roubo da alma.
  • Manco Kapac: Primeiro Inca, filho do Sol, também conhecido como Amaru Muru.
  • Mapacho: É o tipo cigarro amazônico que se caracteriza por sua cor marrom escura ou de aspecto negro e sem filtro. Utiliza-se durante as cerimônias xamânicas.
  • Maqay: É como são chamadas as espécies da família Gentianaceae pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru.
  • Mariri: É um termo muito utilizado no contexto da medicina tradicional amazônica peruana e refere-se a uma substância viscosa ou catarro que cada “mestre curandeiro” acumula ao longo de seus anos de prática, isso recai principalmente através de suas dietas e experiências com plantas medicinais diretamente. O catarro do mariri durante anos se acumula no trato digestivo e é algo comparado a um poder de natureza energética que o xamã manifesta quando realiza curas. O maestro curandero em cada cura extrai de seu poder de mariri a medicina que mais tarde compartilhará com seus pacientes ou discípulos. Desta forma não convencional por via direta à boca do iniciado, significa transmissão de conhecimento, embora se tenha uma nuance radical e até repulsiva é uma prática comum na Amazônia. Também é conhecido como “yachay” em algumas regiões.
  • Mascaypacha: É a coroa inca clássica e é um símbolo de poder dedicado ao único e soberano governador supremo.
  • Masichakuy: Ato de juntar energias. Transferência de energia. Conexão.
  • Masintin: Energia similares. Uma relação de duas energias semelhantes. Uma relação harmoniosa. Homólogos. Uma energia complementar. “Yanantin é o anel, masintin é a ressonância no interior do anel”.
  • Maskhay Qhaway: Busca visionária.
  • Mastana (Mestana): Manta de origem andina de uso cerimonial, embora as mulheres indígenas a usem da mesma forma que uma vestimenta que colocam em cima dos ombros. Seu uso cerimonial é difundido nos Andes do sul do Peru, acompanhando os rituais de dispachu, mesas cerimoniais e leituras de oráculos como a folha de coca. Uma qualidade desses tecidos é a iconografia baseada em corantes naturais, que apresentam desenhos que são chamados de “tocapus” e que representam em grande parte a cosmovisão espiritual andina latente e duradoura ao longo dos séculos.
  • Mast’ay: Harmonia. Reconfigurar, reestruturar ou reorganizar.
  • Maukallaqta: Sitio arqueológico onde o significado de seu nome significa “povoado antigo”
  • Mayu: Rio. É considerado um elemento masculino. Nome dado também a Via Lactea, que significa “Rio Celestial”.
  • Mesa (misa): Altar sagrado do xamã andino, onde ele guarda seus objetos sagrados, “artes”. Pacote de poder pessoal, tipo uma sacola de medicinas em outras tradições ameríndias. Conjunto de objetos necessários para evocação dos Apus, e que determina em parte o poder do altumisayuq. A mesa varia em sua composição e montagem dependendo do local onde é feita. As mesas geralmente são compostas de pedras curativas, quartzo, amuletos, talismãs, cruzes, chontas, tecidos coloridos, fitas, pêndulos e outros objetos de poder. A mesa cuzqueña (de Cusco), por exemplo, é do tipo portátil e é feita com uma manta (mastana) para montar uma embalagem quadrada na qual são colocados em seu interior os objetos de cura úteis para um determinado momento. A mesa norteña (do norte do Peru) é um espaço sagrado bastante aberto onde o xamã faz uso de uma “mesa” de madeira e sobre este espaço são colocados os objetos de cura. Já entre os yachacs bolivianos, a mesa é uma oferenda complexa com pratos de comida ritualística, que constituem de alimentos aptos para os comensais sagrados a que se destinam. Essas mesas são preparadas exclusivamente pelos yatiris, que devem conhecer com precisão os gostos e apetites culinários dos seres tutelares a que se destina.
  • Mink’a: Trabalho coletivo realizado para o bem comum.
  • Miqhuy (mikuy): Comer ou digerir. Processo de cura utilizado para extirpar a energia densa e intrusa.
  • Misa chumpi: Mesa composta de chumpi khuyas utilizada para “abrir” o q’osqo de uma pessoa ou utiliza as mullu khuyas para tecer os chumpis e abrir os ñawis (olhos místicos).
  • Misa chumpi away: Essa prática é realizada através da “mesa de chumpis” (chumpi misa) e é exclusiva para manutenção, ou seja, a limpeza dos canais (cekes) e faixas de energia (chumpis).
  • Misa lluq’i: Mesa da esquerda. É utilizada para finalidades mais concretas e práticas como curas ou iniciações. Conhecida também pelo nome de chumpimisa. É uma das ferramentas de trabalho por excelência do xamã andino, este pacote contém em seu interior exclusivamente o conjunto de pedras chumpis.
  • Misa Miqhuy (pichay): É mesa uma “comedora” primária de hucha, então você verá frequentemente yachacs passando sobre o corpo das pessoas para reduzir sua hucha.
  • Misa panã: Mesa da direita. Esta mesa conecta o paqo com seu mentor e as huacas (locais de poder), e através dela, o xamã move o kawsay da sua linhagem mística. É onde ficam depositas as khuyas herdadas de seu mentor e de pedras recolhidas de lugares sagrados.
  • Misa rumi: São as pedras sagradas, que frequentemente são presentes de um Apu ou do qhaqya, que é parte essencial da mesa, e indica o vínculo que une o yachac a seu Itu Apu.
  • Misani: É um especialista em fazer oferendas em uma misa.
  • Misayuq: Mentor do iniciado na tradição andina.
  • Miscayani: Cidade mítica que é o equivalente feminino de Paititi.
  • Mishau: Nome dado ao xamã andino, dependendo da região. Ao pé da letra significa alguém que está sob o efeito das mishas (psicotrópicos em geral) ou que é sensível a elas e desenvolve a capacidade de ver. É um dos sinônimos de “vidente”.
  • Mita: Pagamento de tributo.
  • Mochica: civilização pré-Inka nos Andes, surgida por volta de 200 a.C.
  • Monti: Nome dado a classe botânica que agrupa as árvores e arbustos denominado pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru.
  • Mosoq karpay: É um karpay (iniciação) muito especial, que significa simplesmente “novo karpay”. É uma iniciação dada apenas por Taytanchis/Deus. O paqo é tocado pela energia de Deus, seja diretamente ou através do espírito mediador do beija-flor.
  • Mukis: Guardiões das cavernas e dos metais preciosos. São pequenos seres atarracados, de cinquenta centímetros, que vivem nas minas. Na Bolívia são conhecidos pelo nome de Anchanchos, os Guardiões das Minas. Sua cabeça está unida ao tronco, mas eles não têm pescoços. Sua voz é grave e rouca. Seus cabelos são compridos, de cor vermelha intensa. Têm o rosto coberto de pequenos pelos e possuem uma barba grande. De orelhas pontiagudas, com olhar penetrante, agressivo e hipnótico, com reflexos metálicos. Eles são vistos em lugares escuros, como escavações abandonadas ou perto de poços de água. São considerados os donos das minas, que aparecem também na forma de um cachorro negro ou de um homem muito branco e louro para apresentar-se aos mineiros e enganá-los. Outras vezes aparecem com dois chifres na cabeça que servem para quebrar as rochas. Gostam de assoviar estridentemente no interior das minas, para anunciar e salvaguardar os mineiros de sua simpatia. São muitos comunicativos, inclusive nos sonhos.
  • Muku: são as “articulações” das plantas, os caules que formam nós, como é chamada esta parte da planta pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru.
  • Munaq Runa: Praticantes do amor.
  • Munay: Um dos três poderes humanos ou dom (junto com llank’ay e yachay) que correspondente ao amor, alegria ou compaixão. A expressão do coração, é o amor fundamentado na vontade. Representa bom gosto, encorajamento e vontade, está associado ao desejo e ao amor. No mundo andino refere-se a uma qualidade de sentimento onde o amor e a vontade se fortalecem, de modo que uma parte importante da decisão é dada à capacidade de amar. O amor pode surgir de maneira espontânea e incondicionalmente, mas em um estágio posterior é aceito e administrado inteiramente pelo poder da vontade.
  • Munay Saywa: Amor (sétimo Saywa).
  • Munayniyoq: Categoria que se refere à capacidade de se dar, servir e dar amor em abundância. Esse personagem atingiu o nível em que se permite oferecer ao mundo o que sente em seu coração, então intervém com autenticidade e uma grande demonstração de humanidade e compaixão.
  • Muqu: Joelho. É considerado um ñawi menor das extremidades inferiores.
  • Mur: Seres que eram responsáveis pela organização da vida na Terra e de suas dimensões. Estes entes mantinham contato direto com o Grande Mistério.
  • Muru: Multicolor, várias cores.
  • Musqhuychiy ou musqhuychay: Palavra dita quando os Apus “produzem” o sonho no espírito do sonhador, ou seja, “ordenam” seu animu, de tal forma que ele “vê” os sonhos.
  • Muyu: Semente.

N

  • Nagual (Nahual): O outro eu, duplo-etérico. Nagual é uma pessoa com a configuração de energia dupla. Um homem com ego é motivado por um desejo psicológico. O Nagual não tem nenhum. Ele recebe ordens de uma inefável fonte que não pode ser descrita. Ele não pode ser ofendido, ser ciumento, possessivo – ele pode não ser nada. É um conduíte do Spíritu. Está conectado a uma energia perene que existe no Universo. Ele é o desconhecido.
  • Ñan: Caminho.
  • Ñanu Ch’unchul: Intestino delgado.
  • Ñaupa Machu (Ñawpa Machu): O tempo dos machus, dos machulas.
  • Ñawi: Olhos de luz, centro energético do Campo de Energia Luminosa. Significa olho. No nível da medicina energética, refere-se a um centro de energia que está localizado em diferentes níveis do corpo humano. É consistente com o termo chacra oriental, embora em muitos casos a localização varie de acordo com o modelo de fluxo de energia em que se baseiam os diferentes mapas de energia.
  • Ñawi Kichay: É um tipo de karpay onde são despertados os ñawis (olhos) e tecidos aos chumpis (cinturões). É a abertura, alinhamento, ativação e sintonia dos ñawis principais entre si.
  • Ñawikuna Saphi: ponto de interseção dos ñawis Lluq’i, Paña e Qanchis em sua raiz, na nuca no ponto de união do osso atlas e do crânio.
  • Ñawpa: Palavra runasimi que faz referência a algo muito antigo ou ancestral. Também se refere a espíritos muito antigos, os ancestrais.
  • Ñawpa Ayllu: Antepassados.
  • Ñawpa Pacha: Tempo antigo. Passado.
  • Nina: Elemental do fogo.
  • Nina puka: Laranja.
  • Nina runa: Entes conhecidos pelo nome de “Povo do Fogo” que vivem no interior dos vulcões, geralmente são vistos como luzes voadoras em cima das crateras antes destes entrarem em erupção.
  • Nina runtu: Chuva de fogo, “granizada de fuego”.
  • Nokan Kani: Significa “Eu sou quem eu sou”.
  • Nuna Illariy: Despertar da alma, ou o primeiro raio da aurora da alma. Termo usado para descrever a jornada xamânica, uma experiência consciente fora do corpo ao longo de um raio de luz.
  • Nuna Llaq: Alma infinita.
  • Nuna Punku: Porta da alma. Localizada na região que também é chamada de “pukio”.
  • Nunag Saywa: Espírito (quinto Saywa).
  • Ñuñuchi: Amamentar. Nutrir, nutrição.
  • Ñuñuchi Soncco: Nutrição do coração.
  • Ñust’a (Ñusta): Este termo, por um lado, é o equivalente a princesa ou sacerdotisa Inka, que se caracteriza pela fluidez de energia muito fina, embora, por outro lado, descreva o aspecto feminino de um lugar sagrado (huaca). Dessa forma, a presença de Ñust’as é mais intensa nos lagos, lagoas, rios, nascentes, montanhas femininas e altares antigos ou naturais, que ressoam com a qualidade da energia que flui na Pachamama. É também chamada assim, o ponto localizado entre os quadris e a zona sacral, região da sexualidade e da criatividade.

O

  • Ondinas: espíritos que vivem atrás das cachoeiras e em outras fontes de água.
  • Onkoy: Comunhão.
  • Otorongo (Uturunku): Jaguar. É considerado pelos yachacs, o guardião da floresta e do portal entre os mundos;

P

  • Pacarina (paqarina): É uma abertura no espaço-tempo que se acredita ser o ponto de entrada e saída entremundos. É considerado um portal para o reino da criação. São lagos, cavernas e montanhas a partir do qual diferentes povos surgiram após o Unu Pachakuti (dilúvio universal). Pacarina também é um ser elemental das águas.
  • Pacha: Mundo ou Cosmos.
  • Pachacamac: Princípio criativo supremo, o que anima o mundo, entidade cósmica, senhor do Cosmos, que governa todas as coisas.
  • Pachachaka: Termo que se refere a uma ponte física. No nível espiritual refere-se a uma ponte do tipo “cósmica” que permite a conexão entre os diferentes planos dimensionais. Através dessa ponte cósmica, as cerimônias são aprimoradas e as curas chegam com maior poder. A abertura desta ponte cósmica se realiza através dos despachos e dos ritos de iniciação andinos.
  • Pachacuteq: Foi o maior líder espiritual do Inkas que imperou no oitavo Pachakuti.
  • Pachacuti (Pachakuti): Significa “volta do tempo” (retorno do tempo). É um conceito utilizado para simbolizar mudanças, os eventos cósmicos que afetam nossa conexão do Ser e o Universo, e de reorganização social. É também o nome do nono imperador Inka que governou o Tawantinsuyu e teve a humilde ideia de trocar seu nome por Inka Pachakuteq e assim atribuir seu nome a era de ouro incaica com a construção das principais huacas (locais de poder) Inkas. Desta forma, para os povos andinos, este nome significa uma transmutação cósmica que acontece entre uma era e outra. Um Pachakuti nos dá o ponto de encontro entre consciência humana e o kawsay (energia cósmica viva), e é nessa interseção que se forja uma nova direção na evolução espiritual.
  • Pachamama: Mãe Terra ou Cósmica. O espírito da Terra no seu aspecto feminino, é o arquétipo da Deusa. Energia feminina universal que trabalha com o sangue, com o nascimento e a morte. É considerada a fonte da vida e de toda criação. Consequentemente Pachamama é descrita como Mãe Terra, ela é por sua vez é o mundo, o universo e também o tempo e o espaço.
  • Pachaqhaway: É concebido como a disciplina do qhaway, da arte do vidente (vidente). É a arte-disciplina da contemplação do cosmos, através da qual se vive no presente contínuo e atende a realidade com fluidez, razão pela qual essa capacidade de operação permite reciclagem e retroalimentação contínuas com seu próprio contexto. A arte do pachaqhaway é a coisa mais próxima da meditação ocidental e oriental, mas a diferença entre essas disciplinas, é que no pachaqhaway se “medita fazendo”, ou seja, em movimento, razão pela qual é conhecido como meditação dinâmica, ativa ou de fluxo.
  • Pachatata (Pachatayta): Pai Terra ou Cósmico.
  • Pachawawa: Significa “filho da Terra” na língua aymara.
  • Pampa: Campo, terra plana.
  • Pampachay: Significa nivelar, equalizar, limpar energias densas, perdoar. Antigamente era um ritual de limpeza da terra.
  • Pago: Significa “pagamento”. Um dos nomes dado as oferendas para os encantos (comensais sagrados).
  • Paititi: Cidade mítica de Inkari que se encontra na quarta dimensão, apesar de muitos acreditarem que se encontra na selva amazônica e guarda o tesouro perdido dos Inkas, sendo conhecida nas lendas como Eldorado. Equivalente masculino a cidade de Miscayani.
  • Palma: São as samambaias, como são chamadas pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru.
  • Palmero: O que usa varas de palmeira; ou seja; chonta. Sinônimo de curandero.
  • Pampamisayuq (Pampa mesaioq): Xamã andino que tem uma relação indireta com o sobrenatural, sua relação principal é servir a Pachamama, a Mãe Terra. É o segundo estágio de sua iniciação, quando passa a conversar com os Apus e envolve o uso de plantas medicinais, a leitura das folhas de coca, o uso de talismãs e pedras, o trabalho com os Apus, animais, plantas, árvores, lagoas e rios, mas, acima de tudo, ele ou ela é um especialista em rituais de oferenda e honra a energia da Terra, particularmente à energia feminina de Pachamama.
  • Paña (Panya): Caminho ancestral ligado à nossa Consciência Ordinária, e ao masculino. É parte direita da tradição andina. Trata da relação entre o poq’po (bolha energética ou campo de energia) e a realidade energética externa (kawsay pacha). Concentra-se em envolver, dominar seu corpo energético e trabalhar as energias fora de sua bolha de energia pessoal. Trabalha a dinâmica energética de ayni, masintin e yanantin, misa e o despacho.
  • Paña Chaka Ceke: Linha energética da perna direita.
  • Paña Marq’a Ceke: Linha energética do braço direito.
  • Paña Misa Qhepi: Mesa do trabalho paña (lado direito do caminho), que se concentra no desenvolvimento de nosso yachay (experiência, conhecimento e percepção).
  • Paña Ñawi: Olho direito. Conhecido na tradições espirituais como olho místico.
  • Panaca (Panaqa): Refere-se à linhagem ou estirpe de uma família, embora hoje seja aceito por extensão aos membros que são adotados dentro de um grupo ou clã a cargo de um mestre espiritual, por exemplo. Pode ser também transmitido de um mestre ao iniciado através de sua mesa na cerimônia do Ayni Karpay.
  • Papatuá (Papamtuá): Pai Céu, na Amazônia. O que cuida de todos.
  • Paqarina (pacarina ou nust’a): É uma abertura no espaço-tempo que se acredita ser o ponto de entrada e saída entremundos. É considerado um portal para o reino da criação. São lagos, cavernas e montanhas a partir do qual diferentes povos surgiram após o Unu Pachakuti (dilúvio universal). Pacarina também é um ser elemental das águas.
  • Paqcha: Fonte de água.
  • Paqo (Paq’o ou Paqu): Palavra que significa curandeiro ou sacerdote, é um xamã q’ero. A palavra “paqo” é de origem runasimi e vem da palavra paqucha, que é o potro de alpaca recém-nascido e macio. Nasce completamente puro, inocente e com a lã mais macia dá os primeiros passos no mundo. Da mesma forma, os paqos se esforçam para andar neste mundo, como um bebê recém-nascido ou potro de alpaca que sem medo vê o mundo através do coração em brincadeira, pureza e suavidade.
  • Paq’o Wachu: Peregrinação sagrada em busca de uma visão.
  • Paqaricu (Pacaricu): Rito da morte que dura cinco dias e constitui na preparação do corpo para o enterro.
  • Para: Chuva.
  • Pariacaca: Literalmente significa pedra ígnea. É uma divindade pré-incaica que têm cinco corpos pois nasceu de cinco ovos (nasceu como um falcão e depois assumiu a forma humana). É considerado também um deus da água, da chuva e das tempestades.
  • Paya: Ancestrais femininos dos tempos pré-solares, de uma era antes da humanidade.
  • Phausi runa: Pequena divindade que habita os córregos, riachos e cachoeiras. Espírito das águas. Seres brincalhões das cachoeiras.
  • Phukuy: Sopro ritualístico que se realiza sobre um objeto de poder ou k’intu de folhas de coca, cuja finalidade é estabelecer uma conexão energética entre o xamã e um lugar, pessoa ou objeto.
  • Phutuy: Brotar, florescer. Desenvolver.
  • Pichay: Varrer, limpar, remover a sujeira. Limpeza realizada para remover a hucha da pessoa através de uma khuya ou misa.
  • Pichaymaki: Limpeza das mãos.
  • Pichquri: É um especialista em “frotacion” (fricção) de doentes por meio de ervas, cuja finalidade é extrair o mal, seu nome deriva de pichqa (limpeza ou purificação).
  • Piqa: Inflorescência da planta, chamada de cabeça pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru.
  • Pisqa: Cinco.
  • Pisqantin: Faz referência ao número cinco. Nome dado a quinta Mullu Khuya / Piedra Chumpi.
  • Plato: Faz parte da mesa dos yatiris bolivianos. É um ninho feito de algodão, com lã de ovelha, alpaca ou lhama, em que são depositadas as oferendas (por exemplo, folhas de coca). Muitas vezes este plato é chamado de q’into que é um maço de folhas de coca que é colocado nele, tipo o k’intu dos outros yachacs andinos.
  • Pongo: Termo que designa o terapeuta adivinho da região de Ayacucho. Geralmente ele é chamado ao seu ofício diretamente pelas entidades tutelares das montanhas, os wamani. Sua função consiste em fazer a conexão comunicativa entre o mundo espiritual andino com o material. Na mesma região existe outro tipo de curandero chamado “qampekuna”, que não é inspirado de forma direta pelos wamani, porém usam outras formas mánticas como as folhas de coca, a flotação de cuy (preá ou porquinho da índia) ou utilização de cartas.
  • Piqa: Inflorescência da planta, chamada de cabeça pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru.
  • Poq’po (puq’pu): Bolha energética ou Campo de Energia Luminosa (CEL) que nos rodeia e é parte de nosso sistema. Seu uso é amplo no contexto da medicina energética andina.
  • Primeira Atenção: É o ordenamento da percepção no mundo do conhecido.
  • Psicopompo: É o “condutor de espíritos”, uma das funções dos xamãs e outros sacerdotes, como também atributos de dezenas de divindades.
  • Puka: Vermelho.
  • Puka-bufeo: Golfinho cor-de-rosa que habita os rios. Espírito mágico que seduz as mulheres que habitam as vilas próximas a rios e lagos.
  • Puka Chumpi: Cinturão energético localizado na linha do estômago. Significa cinto vermelho e está associado ao elemento terra.
  • Pukara: Lugar de oferendas. O termo também pode ser sinônimo de Apu.
  • Pukinas (Puquinas): Segundo estudos arqueológicos e etnográficos foi a civilização mais antiga da América do Sul que viveu entre os anos 18.000 até 9.000 a.C. no altiplano andino e nos cânions da região de Moquequa e Arequipa no Peru. É também a língua materna aymara, que os Inkas utilizavam para discutir os mistérios da arte da cura.
  • Pukio (Pukiu): Fonte ou manancial. Ponto de transmissão da energia vital, localizado na fontanela ou molera.
  • Pukllay: Brincar, Jogar. Recreação. Confrontação de poder. Jogo sagrado.
  • Puma Orqo: Significa “buraco / huaca do puma”.
  • Puma Sirenas: São criaturas míticas com o corpo e cabelo de uma mulher, mas a face de um puma, com caudas hipnóticas. Elas são utilizadas pelos vegetalistas para pegar os golfinhos cor-de-rosa que às vezes roubam as mulheres e as engravida, salvando-as.
  • Punchaw (Pukara): Nome do disco solar Inka dado por Wiracocha a Manco Capac, é uma criança andrógina que um arquétipo de Deus; também e outro nome para designar o Deus Sol (Inti).
  • Punku: Nome dado ao xamã andino, dependendo da região. Refere-se a um nível espiritual para uma porta ou portal.
  • Pupu: Umbigo.
  • Pupuchu: Bolsa feita com pele de lhama usada para guardar folhas de coca.
  • Puriq: Refere-se àquele que caminha, caminhante ou peregrino. Mas este caminhar corresponde a uma categoria espiritual especial que vai além do simples caminhar. Com este processo, o iniciado realizará os passos necessários para transformar sua visão em realidade, para transformar sua teoria em prática, para aprender as artes iniciáticas ao longo de sua jornada.
  • Puriy: Significa “a caminhada”. É um processo de desenvolvimento pessoal e espiritual em si mesmo, é essencialmente o caminho que leva à própria transcendência. Designa também: andar, caminhar, peregrinar, viajar etc.
  • Pusaq Ñiqin: Oitavo.
  • Pututu: Concha utilizada como instrumento de sopro nas cerimônias xamânicas nos Andes.
  • P’uku: Significa prato, nome também dado a Terra porque se entendia que flutuava num mar que a circulava.

Q

  • Qanchis: Sete.
  • Qanchis Ñawi: Sétimo olho.
  • Qanchispatañan: “Escadaria dos sete passos” da evolução consciente.
  • Qanchistin: Faz referência ao número sete. Nome dado a sétima Mullu Khuya / Piedra Chumpi.
  • Qaquri: Xamã andino especialista em “frotacion” (fricção) por meio de amuletos e gorduras de animais.
  • Qarpay Qolqe Punku: Banho ritualístico de renovação realizado pelo paqos q’ero.
  • Qhaqya: É considerado como o trovão, raio e granizo, mas frequentemente é utilizado como sinônimo chikchi (o granizo). Qhaqya é um emissário dos Apus, sobretudo quando cai sobre um ser humano para matar ou sinalizar que é um eleito pelo Apu para ser um yachac. Qhaqya pode também ser concebido como uma entidade independente, principalmente quando causa estrago a uma colheita.
  • Qhari Choq’ekiraw: Berço brilhante macho. Sitio arqueológico pertencente ao complexo arqueológico de Sacsayhuaman.
  • Q’enti (Kenti): Beija-flor. Animal que simboliza a alegria e a sabedoria ancestral. Simboliza a capacidade do xamã para sugar patógenos mágicos de vítima de feitiçaria. Ave do quinto nível de consciência.
  • Q’ero: Etnia andina que vive nos arredores da montanha sagrada ancestral de Ausangate, no Peru. Para o Q’ero, a vida é um mistério a ser vivido, não um problema a ser resolvido.
  • Q’euña (Qiñuw): É uma árvore ancestral (o carvalho andino), das mais representativas das regiões altas dos Andes e cresce em zonas altiplanicas da Bolívia, do Chile e Peru.
  • Qhaqya: É considerado como o trovão, raio e granizo, mas frequentemente é utilizado como sinônimo chikchi (o granizo). Qhaqya é um emissário dos Apus, sobretudo quando cai sobre um ser humano para matar ou sinalizar que é um eleito pelo Apu para ser um yachac. Qhaqya pode também ser concebido como uma entidade independente, principalmente quando causa estrago a uma colheita.
  • Qhari: Masculino; homem. Forte; viril. Enérgico.
  • Qhari Choq’ekiraw: Berço brilhante macho. Sitio arqueológico pertencente ao complexo arqueológico de Sacsayhuaman.
  • Qhawaq: Vidente. Aquele que tem a capacidade de ler as impressões do poq’po alheio, o Campo de Energia Luminoso (CEL) e a natureza luminosa da vida.
  • Qhaway: Visão mística. É a arte do vidente, de quem vê, de quem abriu o canal da visão. Meditação andina.
  • Qhepi (Q’ipi): Pacote.
  • Qollqa,Qullqa (Collca): Armazém ou depósito.
  • Qora: Plantas.
  • Q’orota: Testículos.
  • Qoya: Mulher sagrada. Rainha. A consorte do Imperador Inka. A primeira delas foi Amaru Mara, a contraparte feminina do Sapa Inka, Aramu Muru.
  • Q’osqo: Estomago espiritual da nossa bolha de energia; nosso centro energético mais importante. Ele nos conecta com nosso Poq’po (Campo de Energia Luminosa) e com todo Universo, trocando energias. É por onde controlamos o fluxo de energia que entra e sai de nós em relação ao mundo externo. Segundo as tradições, o q’osqo é o centro de transmutação de energia, onde as energias são recicladas de pesadas a finas. Este conceito permite afirmar o plano de reciclagem e troca de energia em que se baseou a medicina andina.
  • Qillu: Amarelo.
  • Qiwa: É o pasto, como é chamado pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru.
  • Qualias: Aspectos. As características da materialidade, como textura, densidade, tamanho, e assim por diante.
  • Quanchispatañan: Escada dos sete degraus da consciência.
  • Qullasiri: Corresponde ao curandero e se aplica aquele que é esperto em remédios e práticas rituais terapêuticas, posto que a maioria das enfermidades tem origem sobrenatural.
  • Qulli Chumpi: Cinturão energético localizado na linha da cabeça envolvendo nossos olhos. Apesar do significado ser cinto violeta, esta faixa não tem esta cor. Às vezes, apenas para facilitar a referência, é chamado de cinturão violeta porque no final do karpay você puxa a luz violácea para o seu poq’po através do sétimo olho (qanchis). Mas você move essa luz violeta por todo o seu poq’po e corpo, não apenas pela área dos olhos da sua cabeça.
  • Qullqi ou Kolqe: Prata.
  • Qullqi hina: Prateado.
  • Qura: Nome dado a classe botânica que agrupa os subarbustos e herbáceas denominado pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru.
  • Quri (Kori ou Qori): Ouro.
  • Quri waqaq: Significa “o que chora ouro”.
  • Quriwayrachina: Apu localizado perto de Choq’ekiraw e que significa “onde o ouro e jogado ao vento”.
  • Qurichisqa: Dourado.
  • Qushru: Quando se refere a uma folha “crespa”.
  • Quyu: Cor verde.

R

  • Rahu chakin: Como é chamada a base, o “pé” do glaciar.
  • Raka: Vagina.
  • Raka K’akara: Clitóris.
  • Rakhu Ch’unchul: Intestino grosso.
  • Ranti: Sétimo nível da evolução humana, quando nos tornamos Deus na forma humana (Taytanchis).
  • Rantiy: União perfeita (empatia) de duas energias semelhantes, do mesmo sexo, um masintin.
  • Ratamur: Capital do império Mur na Amazônia.
  • Rayupa tsurin: São fungos, os cogumelos, que são considerados pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru como literalmente “filhos do raio”, “filhos do relâmpago”.
  • Retama: Planta medicinal ameaçada de extinção com flores amarelas da família Cupressaceae de nome cientifico Spartium junceum.
  • Rikra: Ombro. É considerado um ñawi menor da extremidade superior.
  • Rimay: Poder da vocalização energética. Falar com integridade.
  • Rinri: Orelha.
  • Rumi: Pedra, rocha ou penhasco.
  • Rumi Chumpi Away: Esta é a prática para tecer os cinturões energéticos considerada a iniciação mais completa e poderosa. É feita exclusivamente com as chumpi khuyas e serve para ativar os centros de energia e como principal ferramenta para tecer os cinturões de energia.
  • Runa: Ser humano.
  • Runac Allincapac: Sábios americanos primogênitos.
  • Runa Kamaq: Se refere aos Apus comodoadores de vida”.
  • Runa Kawsay Pacha: É o mundo da energia viva humana.
  • Runa Kurku k’anchay: Casulo energético que se refere ao corpo de luz que é justaposta com o corpo físico, mas na aparência de ovo luminoso.
  • Runa Micheq: Se refere ao Apus, os “pastores de homens”.
  • Runakay Musuk: Nova humanidade.
  • Runamula: É um ente fantasmagórico, metade humano e metade mula, que galopa a noite relinchando descontroladamente e cuspindo fogo pela boca e nariz, que pune homens e mulheres que praticaram adultério.
  • Runapmicuc ou cauchus: Maleros (feiticeiros) que atuavam a noite roubando e utilizando ossos de pessoas mortas para prepararem com sangue uma comida que se convertia em carne e era consumida por eles. A pessoa que era vítima do feitiço morria dentro de três dias. Runapmicuc significa “aquele que come homens”, principalmente crianças.
  • Runasimi: Antiga língua falada pelos Inkas e pela maioria dos povos andinos que significa “linguagem humana”, erroneamente chamada de quéchua, sendo que esta última é uma mescla do runasimi com o castellano.
  • Rurun: Rins.
  • Ruwal (roal): Um dos nomes para designar um Apu. Ou seja, é uma deidade que habita as montanhas sagradas. O chefe dos Apukuna.

S

  • Sabio: Nome dado ao xamã andino, dependendo da região.
  • Sachamama (Satchamama): Na mitologia andino-amazônica é a mãe das florestas. Quando chega a superfície ela torna-se a árvore da vida. Confundida muitas vezes com Yacumama, as duas são parecidas em força, comprimento e espessura, mas a última vive exclusivamente na água, enquanto Sachamama vive na terra. Seu nome significa Mãe Árvore ou Mãe Selva. Nos mitos originários é considerada uma deusa na forma de uma serpente com duas cabeças, que tem o poder da fertilidade.  A Deusa-Serpente e das emoções. Anaconda ou sucuri. Senhora da Selva. É o poder da fertilidade, que no mundo superior é o arco-íris, aqui no terrestre a árvore, e no subterrâneo é a serpente de duas cabeças, uma em cada extremidade – duas saywas (colunas energéticas).
  • Sacharuna: É um ser visto nas matas com dons telepáticos, que tem os pés para trás, muito similar ao Curupira.
  • Sallqa: Significa natural ou selvagem.
  • Samay (Saminchay): Soprar. Sopro abençoado dado pelos xamãs andinos. Na acepção espiritual é o ato mediante o qual a animu dos seres humanos é transmitida.
  • Sami: Energia sutil, refinada. É o aspecto puro ou fino da energia que flui no cosmos vivente (Kawsay Pacha). Os yachacs usam o q’osqo para tirar a energia refinada da natureza ou do Hanan Pacha. Fortuna, alegria, sorte, felicidade, essência, energia vital universal feminina.
  • Saminchakuy: Significa algo como “trabalhar com sami” ou “agir com sami”. Fluxo descendente de energia sutil (sami) procedente do Cosmos, que atravessa nosso campo energético, para limpá-lo da energia densa (hucha), a qual é entregue a Pachamama para que ela se alimente.
  • Saminchay: Abençoar, benzer, elogiar, felicitar ou glorificar.
  • Sapa Inka: Nome comum referido ao governante máximo, o de maior poder, o soberano e iluminado Imperador Inka. O primeiro deles foi Amaru Muru, a contraparte masculina de Qoya, Amaru Mara.
  • Saphi: Raiz.
  • Saqras: Espíritos travessos que estão por toda região subterrânea (Ukhu Pacha).
  • Sara: Milho.Deidade protetora do Milho, conhecida também como Mãe do Milho.
  • Saramama: Mãe das Sementes.
  • Sayiri: Significa “o que faz falar”, por esta razão este nome é dado a um xamã andino especialista nas comunicações com as entidades sobrenaturais que, nas sessões divinatórias, fazem escutar sua voz num contexto cultural parecido ao das consultas dos wamanis da região de Ayacucho no Peru.
  • Sayri: Rapé exclusivamente de tabaco.
  • Saywa: Coluna de energia que une os três mundos andinos (Hanan Pacha, Kay Pacha, Ukhu Pacha); são antenas gigantes de puro cristal, hoje chamadas de obeliscos, que eram utilizadas para viajar entre dimensões. O saywa refere-se a gerar uma coluna de energia viva que pode conectar um campo da terra, e que se eleva para alcançar o Mundo Superior.
  • Saywachakuy: Fluxo ascendente de energia procedente da Mãe Terra, que atravessa nosso poq’po, Campo de Energia Luminosa, fortalecendo-o.
  • Segunda Atenção: Ação que opera e põe ordem na esfera do desconhecido.
  • Senqa: Nariz.
  • Shanllallaa: Verbo utilizado para referir-se ao som produzido ao golpear algo contra coisas de metal. A onomatopeia “shan” refere-se ao som metálico como a da cascavel.
  • Shinwa: São as plantas urticantes, como são chamadas pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru.
  • Shipibo-Conibo: Etnia que habita a Amazônia peruana, as margens do rio Ucayali.
  • Shuar: Tribo amazônica que vive no sudeste equatoriano e nas encostas orientais da cordilheira andina peruana. No passado eram conhecidos por encolherem as cabeças dos inimigos, prática que não é mais realizada. Também são conhecidos como Aguarunas, Awajun, Huambisas ou Jivaros.
  • Shunqu: É o “coração” da planta, como é chamada esta parte da planta pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru.
  • Shunqu nanay: Significa “dor de coração”.
  • Sikit’oqo: Região anal. É também considerado um ñawi especial.
  • Simi: Boca.
  • Singada: É uma cerimônia que consiste em sorver pelas narinas tabaco macerado em álcool. Serve para fortalecer a pessoa, oferecendo-lhe proteção, sorte e saúde. Ela fortalece principalmente a sombra do indivíduo. Pode também ser adicionado ao tabaco, mel, perfume, vinho e em alguns casos sumo de Wachuma. Xamãs do norte do Peru afirmam que a singada alimenta a sombra de uma pessoa, dando-lhe poder, fortalece o espírito e fornece proteção. Esse pensamento é compartilhado com o de tribos amazônicas que utilizam o rapé de tabaco.
  • Singar: Ato de aspirar suco de tabaco pelo nariz.
  • Sinkuku:  Giro.
  • Sirena: É um ente com a parte superior de mulher e a inferior de peixe, que protege os rios ao lado de seu esposo, Yacuruna. Sua personalidade é ambivalente, por um lado são protetoras do meio que habitam e por outro são consideradas maléficas, enfeitiçando os homens que pescam mais do que o necessário e os afogam. Alguns ao verem sua beleza, mergulham em uma nostalgia e tristeza profundas, e se não voltam a vê-la, se sentem atraídos pelas águas do rio e lagos, onde a viram anteriormente.
  • Siriq Pacha:Futuro.
  • Siwar: Constelação do colibri.
  • Soncco (Sunqo ou Sunqu): Coração.
  • Soncco Nan: Caminho do coração.
  • Soncoyoc: Nome dado ao xamã andino, dependendo da região.
  • Soqta: Seis.
  • Soqtantin: Faz referência ao número seis. Nome dado a sexta Mullu Khuya / Piedra Chumpi.
  • Spíritu (Tayta Yaya): Espírito. Essência inteligente incriada, que anima as formas de vida.
  • Sullu: Feto de lhama, alpaca ou vicunha utilizado em despachos e na mesa de oferendas, sendo que os Kallawayas da Bolívia preferem utilizar ovos caipira substituindo os fetos.
  • Sulpayki: Palavra que significa agradecimento ou simplesmente dar “gracias” (obrigado). Se emprega de igual maneira para se despedir dos espíritos aliados, convidando-os a fechar e encerrar o processo de cura ou cerimônia.
  • Sumaq Kawsay: Literalmente significa bela energia, porém é empregado como bem-estar, principalmente na relação com a Mãe Natureza.
  • Supay: O deus do inframundo (Ukhu Pacha), é uma serpente que simboliza as forças da fertilidade e a energia viva do subsolo. Também é utilizado para denominar “morto, defunto, sombra ou fantasma”.
  • Supay Wasi ou Supaymarca: Cidade dos mortos.
  • Surq’a: Pulmão.
  • Suyu: Região; estado; país; território; zona.
  • Suyu Apus: Apus de grandes regiões. Também são relacionados a Hanan Pacha.

T

  • Tabaquero: Um dos nomes dado ao xamã andino. É “O que usa tabaco”, o que cura com tabaco. É sinônimo de terapeuta tradicional e se refere ao costume singar (de aspirar suco de tabaco pelo nariz) ou o emprego do tabaco nas operações terapêuticas para eliminar contágios do corpo do enfermo e “endurar” (fortalecer) sua “sombra”.
  • Taki Onkoy: Foi um movimento de renovação, basicamente espiritual, que surgiu espontaneamente por parte dos indígenas, que com a nova lei religiosa católica (dos invasores) foi impedido de realizar suas cerimônias e rituais para com suas próprias divindades, Apus e oferendas à Pachamama. Estima-se historicamente que tenha durado em torno de sete ou oito anos, entre 1564 e 1572, e que inicialmente teve sua origem em Ayacucho, com um líder indígena chamado Chocni. Os propósitos dessa insurgência foram principalmente: a expulsão do invasor, a luta contra todas as formas de coerção e injustiça, o abandono de toda prática religiosa católica e o restabelecimento das huacas andinas (lugares sagrados de culto). Será por esta última razão que o movimento foi inicialmente conhecido como a “rebelião das huacas”, pois representava o apelo dos próprios lugares sagrados (das próprias divindades), a fim de restaurar a ordem e a espiritualidade autêntica que estava sendo subjugado por outro modelo estrangeiro. Naquela época, acreditava-se que as huacas estavam deixando de expressar seu próprio canto sagrado, razão pela qual o caos reinante – devido à nova ordem religiosa – estaria degenerando em doença. Por isso, quando se fala de Taki Onkoy, fala-se em “doença do canto”, pois se refere ao canto sagrado das huacas.
  • Takis: São mantras, sons ou palavras de poder. O taki é um dos nomes do Criador(es/as), nos Andes, portanto a repetição deste faz uma ponte entre nosso Ser e a Criação. Seu significado literal pelos yachacs é de “canto de inter-relação que estabelece um nexo de comunicação com a natureza”.
  • T’aqay: Termo utilizado para designar a ação mediante a qual se obriga a um espírito malévolo a liberar o animu (alma) de um enfermo.
  • T’aqsa: Elemental da água.
  • Tayta (Tata): Faz referencia a condição paterna e por extensão a avôs e anciões de uma família.
  • Tayta Inti: Pai Sol.
  • Tayta Yaya: O Criador.
  • Tayta Yaya Ranti: Se tornar o Criador na forma humana.
  • Taytanchis: Deus expresso na forma humana.É o sétimo estágio de consciência.
  • Taripay Pacha: O mundo além do tempo e espaço. A imensidão do infinito. A fonte original do Kawsay, a energia cósmica original. Útero cósmico.
  • Tarpuy: Semear, plantar, cultivar.
  • Tarpuy Pacha: Tempo de semear.
  • Tauna-Apac (ou Tunupa): Outro nome dado a Wiracocha, que significa “O que carrega o bastão”.
  • Tawa: Númeroquatro, sagrado. Também é o nome dado ao tecido da misa andina que representa as quatro direções, os quadrantes de realizações.
  • Tawantin: Faz referência ao número quatro. Um tawantin é a relação especial formada por pares simétricos como no caso dos pares da relação yanantin e mansintin. Mansintin é a formação de uma relação de paridade baseada na semelhança ou congruência. Yanantin é uma relação composta de opostos complementares. No vocabulário místico, um tawantin assume um significado adicional, relacionado à totalidade, harmonia, beleza e plenitude.
  • Tawantinsuyu: As quatro regiões do império Inka. Significa literalmente Quatro Terras.
  • Taypikala: Pedra Central, hoje conhecida com Tiwanaku.
  • Taytacha (Tayta Yaya ou Pachatata): Pai cósmico ou sagrado.
  • Taytanchik Ranti: O iluminado. Equivalente a Deus na Terra, se refere as forças e capacidades do yachac de sexto nível de desenvolvimento psico-espiritual.
  • Templada: É a planta classificada como “temperada”; pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru; que não é nem “cálida” (quente), nem “fresca” (fresca), mas que também pode ter propriedades medicinais e/ou mágicas.
  • Terceira Atenção: Integra a primeira e segunda atenção, permitindo penetrar mesmo no que não é possível conhecer.
  • Texemuyo: Energia do Universo, a fonte original da criação. A matriz luminosa do Universo. O Grande Espírito. O Spíritu para os andinos, conhecido também pelo nome de Pachacamac, aquele que governa todas as coisas.
  • Thunupa: Deus Criador dos Tiwanacotas. Deus que criou no Titicaca o Inkari e Qollari (também chamados de Manco Capac e Mama Ocllo, o casal Inka original).
  • Tika: Flor.
  • Tikrapu: Nome dado ao contrafeitiço elaborado pelo Layka (malero).
  • Tiksi: Significa “o mais fundamental”, e no sistema místico significa “universal”, como nas energias mais fundamentais do reino cósmico.
  • Tiksi apukuna: São os seres espirituais universais. Em ordem descendente de importância: Tayta Yaya, Mamacha, Tayta Inti, Mama Killa, Tayta Wayra, Mama Allpa e Mama Unu.
  • T’inki: União.
  • Tinkuy: Encontro inicial. Primeiro encontro energético.
  • Tiwanaku (Tihuanaco): Povo andino que construiu um império por volta de 500 d.C. como também é a cidade originária dessa civilização.
  • Tonal: O Cosmos e tudo que nele está contido. A estrutura material existente. Tudo aquilo que tem nome.
  • Toroide ou toro: É um solenoide cilíndrico. Conhecido também por ser uma espécie de cone energético.
  • Tradereyachay: Transmissão de conhecimento.
  • Tsáchila: Tribo que vive na floresta tropical na costa noroeste do Equador.
  • Tsampa: São os musgos, como são chamados pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru.
  • Tukuy Hampik: É um curador total.
  • Tukuy Hampiq ouInka Mallku: É o curador totalmente desenvolvido, infalível, de quinto nível de consciência.
  • Tukuyllank’ayniyuq: Aquele que tem poder completo do corpo. É um mestre do llank’ay, da ação, da realização. Especialista em lluq’i, lado esquerdo da misa.
  • Tukuymunayniyuq: Poder pessoal. Aquele que tem o poder completo da vontade. É um mestre do munay, do amor. Especialista em chawpi, o caminho do meio entre yachay e llank’ay.
  • Tukuyyachayniyuq: Aquele que tem poder completo da mente. É um mestre do yachay, do conhecimento. Especialista em paña, lado direito da misa.
  • Tullu: É o osso ou a coluna da planta, o caule, como é chamada esta parte da planta pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru.
  • Tuna: Cacto arredondado e achatado, no Brasil e chamado de “palma”.
  • Tunupa: Divindade Inka, também chamado de Wiracocha.
  • Tupac Amaru: Linhagem ancestral andina que utiliza a conexão com os encantos e a magia das plantas como medicina.
  • Tupananchiscama: Até breve! Até voltarmos a nos encontrar!
  • Tupay: Intercâmbio ou confrontação.
  • Tusuy: Dançar.
  • Tuta: A mãe de todas as estrelas, à noite.
  • Tutapure: É um ente visto como uma sombra caminhante que pode apresentar-se em forma de animais, podendo ser reconhecidos pelo brilho intenso dos seus olhos incandescentes. Este é um ente esfomeado e caso não tenha sua fome saciada pela pessoa a quem aparece, pode roubar a sombra (alma) desta. Devido a isso, grande parte dos andinos levam consigo, algumas sementes e um pouco de chicha (cerveja de milho) para oferecer a este ser. O roubo da sombra nos Andes é chamado também de tapiadura.

U

  • Ucumar, Ucu ou Ukuku: É uma criatura humanoide mitológica de grandes proporções e coberta de pelos, que habita cavernas incrustradas nas montanhas andinas, e aterroriza aqueles que cruzam o seu caminho. Seus grunhidos são ensudercedores. Seu nome deriva do seu grito ululante uhú ou ughuú.
  • Ukhu Pacha: Descreve uma das dimensões do mundo, o mundo abaixo, interior e inconsciente. Ele é representado pelo arquétipo da serpente chamada Amaru, que se localiza na região do sacro, de onde emergem duas outras serpentes: a Sachamama, que é da terra, e a Yacumama da água. É também chamado de mundo dos mortos. É o mundo do instinto, ligado à nossa subconsciência, cérebro reptiliano
  • Ullu: Pênis
  • Unkhuña: Peça de tecido de lã de alpaca, quadrada e dividida em quatro setores, também quadrados e com dimensões iguais, de cores diferentes. Unkhuña serve para transportas folhas de coca, e sobre esta peça se derrama as folhas de coca quando se vai fazer leitura. Sobre este tecido, também se coloca a folha de papel branco, sobre a qual será arrumado os diferentes ingredientes da oferenda as entidades do outro mundo.
  • Uma:  Cabeça.
  • Uncuña: Tecido utilizado na misa andina onde representa a dualidade.
  • Unu (Yacu): Água.
  • Unu pachacuti: Grande Inundação da Terra, o dilúvio.
  • Unkhu (Unku): Poncho cerimonial preto feito de alpaca ou vicuña.
  • Untu: Gordura de alpaca ou lhama utilizado no despacho como oferenda.
  • Uqsha: Gramíneas, como é chamada pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru.
  • Uray suyu: Direção Norte.
  • Urco: É um pequeno anão albino do Ukhu Pacha, que habita o interior das montanhas. Transforma-se muitas vezes num jovem que seduz as moças e as leva para o interior da terra.
  • Urpillay Soncollay: De meu coração a seu coração.
  • Uru: Aranha.
  • Urubamba: Campo (pampa) de aracinídeos.
  • Usnu: Estrutura de pedra na qual são realizadas cerimônias sagradas.
  • Uta: Significa “casa ou morada” em Aymara.
  • Uturunku (Otorongo): Puma ou jaguar.
  • Uywaqkuna:Se refere aos Apus queque velam pelos homens”.

V

  • Vegetalista: Curandeiro Indígena ou mestiço que trabalha com as Plantas Mestras. A maioria trabalha com Ayahuasca.
  • Vilcabamba: Espírito sagrado dos campos, dos pampas.

W

  • Wachan: É quando a planta “dá a luz”, como é falado pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru.
  • Wachay: Nascer ou renascimento. Recapitulação.
  • Wachuma: É um cacto de origem andina (Echinopsis pachanoi), considerado uma planta mestra com aspecto masculino que permite a jornada visionária, pois contém o composto mescalina e que permite até a purificação do corpo. É feito através do personagem chamado “wachumero” e principalmente no espaço geográfico do norte do Peru. Também é conhecido como São Pedro.
  • Wajt’a: Um dos nomes dados as oferendas para os encantos.
  • Wakay (Waqay): Significa lágrima em runasimi.
  • Wakaywillka: Significa lágrima sagrada runasimi e é o nome dado a um Apu femininos do Vale Sagrado.
  • Waman (Huaman): Significa “falcão”.
  • Wamani: É a presença tutelar e o espírito protetor andino que vive nas montanhas, semelhante ao Apu, só que o Wamani está mais relacionado ao território de Ayacucho no sul do Peru.
  • Wañuq: Morto.
  • Waqra: Chifre. Corno. Nome dado também pelos antigos yachacs aos cones energéticos, os ñawis.
  • Waqsa: Elemental da água.
  • Waq’a: Alienado, louco, doente mental. É aquele que não é capaz de se conectar com a Mãe Terra ou não está aberto para receber o fluxo da luz energia viva.
  • Waqtan: São as folhas, as “costas” da planta, como é chamada pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru.
  • Wari: Povo andino que construiu um império por volta de 600 d.C.
  • Warmi: Feminino; mulher.
  • Waroqllo: Espíritos do fogo.
  • Wasa Tullu: Coluna vertebral.
  • Wasalima: Fofoqueiro, hipócrita.
  • Wasi (Huasi): Casa, recinto.
  • Watana: Fita de pano (1 metro) chamada watana que serve para amarrar a mesa.
  • Watapurichej: Este é um importante papel social entre os Kallawayas, em que um dos mais sábios e frequentemente o mais ancião dos homens da comunidade. Literalmente significa “o que faz caminhar o ano”. Ele é o ritualista dos ritos do ciclo agrícola.
  • Watayoq: Quando um individuo nasce entre os Kallawaya, um watapurichej (sacerdote dos ritos agrícolas) o dedica a um lugar sagrado (lugarniyoj), que o cuida e o castiga, e a que a pessoa se dirige com agradecimentos e pedidos, a quem as oferendas são ofertadas. Este lugar destinado ao indivíduo kallawaya é o machu (que significa velho sábio). Cada ano o watapurichej escolhe um lugar sagrado especial que durante este ano é responsável pela comunidade, este é o watayoq (o dono do ano).
  • Watsa: São as flores chamativas e/ou ornamentais, como são chamadas pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru.
  • Wawa: É a “criança”, a “cria” da planta, os frutos e tubérculos, como são chamadas estas partes da planta pelos nativos da Cordilheira Branca (Sierra de Ancash) no Peru.
  • Wayqi (Wayki): Irmão.
  • Wayra: Vento, massa de ar em movimento. Um ente da natureza. Elemental do Ar. Se identifica como um espírito de aspecto masculino e sua função é de levar a comunicação a todos os contextos e purificar pela ação do vento. É por meio do vento ou ar (aire) que se transmite o contagio, um poder negativo emanado de certos lugares e coisas, que é evocado pelo malero. A síndrome cultural andina chamada susto é causada pelo viento temperado, frio ou quente, que ataca e deixa a mente perturbada. A paralisia facial também se dá pelo malo viento (vento mal).
  • Wayramama: A Mãe do céu e do ar; uma serpente que se move como um vento forte. Na Amazônia se diz que, quando a Wayramama toma banho, um som de trovão é ouvido entre as nuvens, mas sem que esteja chovendo. Quando um curandeiro faz chamadas para Wayramama num transe, ela vem numa forte ventania. Seus olhos brilham com uma luz branca e sua boca irradia ondas violetas, que ajudam a curar um enfermo.
  • Wayrana: Tipo de construção com apenas três paredes.
  • Wayruru (huairuro): Semente sagrada de cor avermelhada, utilizada nas oferendas andinas.
  • Wayüu (Guajiro): Grupo étnico da península de La Guajira, no noroeste da Venezuela e nordeste da Colômbia.
  • Wichay suyu: A terra dos nossos sábios ancestrais, a direção sul.
  • Wiksa: Estomago.
  • Willay: Experiência ou conhecimento de vem de outra pessoa. Significa também: anunciar, avisar, comunicar, declarar, manifestar, relatar etc.
  • Willka: Sagrado, divino. Energia da luz negra, a mais sagrada e poderosa de todas. É uma energia crua, incrivelmente forte.
  • Willka Mallki:  Árvore Sagrada. Simbologia do ser humano iluminado.
  • Willkamayu: Nome runasimi dado ao rio Urubamba/Vilcanota, o rio sagrado dos Inkas que percorre toda a selva até chegar ao rio Amazonas. Seu significado é “rio sagrado ou rio de luz negra”.
  • Willkanuta: Nome do rio Urubamba/Vilcanota em aymara, que significa “casa do sol”.
  • Wiñay Spíritu: O Espírito Eterno Sagrado, o Texemuyo, o Infinito, a Grande Consciência Cósmica.
  • Wiphala (huipala ou wifala): Bandeirados povos originários andinos. É um símbolo de unidade e igualdade na diversidade geográfica. Expressa o princípio da organização, a dualidade complementar e a harmonia do sistema comunitário dos Andes. Reproduz a matriz escalonada da Chakana, baseada no padrão geométrico do quadrado e seu sistema métrico fractal. A junção de quatro Wiphalas formam uma Chakana e representam a unidade das quatro direções de Tawantinsuyu. As sete cores da bandeira representam o arco-íris, e tem os seguintes significados: Vermelho (é a terra como planeta, a matéria visível, o homem andino e sua filosofia); o laranja (representa a sociedade e a cultura, que vivem numa dualidade complementar, expressa na procriação); o amarelo ( é energia e força); o branco corresponde ao tempo, ao movimento, à ciência e à tecnologia, e à transformação através da arte e do trabalho intelectual e manual); o verde (simboliza todos os recursos naturais da Terra, a economia e a produção agropecuária andina); o azul (é o espaço cósmico infinito, a astronomia, a física, suas leis e a manifestação dos fenômenos naturais) e violeta (expressa a política e a ideologia andina, o poder, o Estado e as organizações sociais).
  • Wiracocha (Viracocha ou Wiraqocha): Pai Céu, no Peru; A palavra é a junção de outras duas palavras (Wira e Kocha) da antiga língua puquina, que significam “Fogo” e “Água” respectivamente.
  • Wiracocha Chumpi Away – Essa prática é feita para realinhar, estimular e potencializar a energia vital pessoal de forma simples e direta. Sua ação é focada ao longo do canal central do corpo (faixa chawpi chumpi).

Y

  • Yachac: Sacerdote, xamã ou mestre andino. Literalmente significa “aquele que sabe” ou “possuidor de conhecimento”. São herdeiros dos Guardiões da Terra, aqueles Guardiões da Sabedoria que chegaram nas Américas há 20 mil anos
  • Yachac Runa (Yachayruna): Os sábios.
  • Yachay (Mariri, dau ou keyón): Sabedoria; também é o nome dado ao muco espesso localizado no estômago dos xamãs amazônicos que contém a essência do poder do xamã.
  • Yachay: Um dos três poderes humanos ou dom (junto com llank’ay e munay) ligado ao conhecimento, a capacidade de raciocinar, usar a lógica e o intelecto.
  • Yachayniyoq: Esta categoria de pessoa da medicina refere-se àquele que administra a sabedoria e o conhecimento através da experiência básica, diz-se que o yachayniyoq amadureceu os níveis anteriores, como o munayniyoq e o llank’ayniyoq para alcançar o yachayniyoq com ampla propriedade.
  • Yachay wasi: Salões do saber que eram de forma cristalina e piramidal em tempos antigos. Já no período incaico, refere-se à casa do conhecimento, o lugar onde os aprendizes ou discípulos compartilhavam para alcançar os ensinamentos necessários para dirigir uma parte do estado Inka. Yachay wasi era direcionado para a realeza e a nobreza. Afirma-se que o responsável por esta escola foi a figura do Amauta Andino.
  • Yacu: Água. Manancial.
  • Yacumama: Deusa-serpente. Senhora das emoções na mitologia amazônica. Anaconda ou sucuri. Seu nome significa “Mãe da Água”. É um elo entre estes mundos, é o poder das águas e da fecundidade. É uma serpente gigante, considerada pelos povos amazônicos como a “Mãe das águas e dos rios”, que tem o poder da fecundidade. Ela espreita e devora aqueles que despreocupadamente sujam os rios e lagos. É o nome dado também a fonte ou manancial de água que nunca seca.
  • Yagua: Etnia que habita a Amazônia colombiana e peruana.
  • Yamamama: Foi uma nação indígena antiga influenciada pela Irmandade dos Sete Raios e que se diluiu em muitos outros grupos étnicos pré-Inkas e pré-Aymaras.
  • Yaminahua (Yaminawa): Grupo indígena das regiões amazônicas da Bolívia, Brasil e Peru.
  • Yana: Negro, escuro.
  • Yana Mesa: Quer dizer literalmente mesa negra entre os yatiris bolivianos, que é uma cerimônia de cura para defesa contra o mal e a feitiçaria.
  • Yana anqas: Azul escuro.
  • Yana Chumpi – Cinturão energético localizado na base da espinha dorsal. Significa cinto preto e está associado ao elemento água.
  • Yanan Tikuy: Equilíbrio entre os opostos.
  • Yanantin: Relação entre duas pessoas de energias diferentes. Refere-se à natureza dicotômica ou complementar de energias “dissimilares”, como leve e pesada, sol e lua, em cima e em baixo, etc. Nome dado também a a segunda Mullu Khuya / Piedra Chumpi.
  • Yankay: Vontade.
  • Yanapaq: Faz referência aos espíritos aliados, os quais se fazem presentes logo são evocados a participar e dar suporte a cerimonias, sessões de cura e nas transmissões energéticas (karpays).
  • Yanawara: Bermuda preta que simboliza o nível alcançado da cintura até as extremidades inferiores. O uso da yanawara é sinônimo de um antigo rito de passagem que cria o sinal do novo começo.
  • Yanapaqkuna:Espíritos aliados pessoais.
  • Yapakuy: Expansão.
  • Yatiri: Mestre xamã que recebeu um raio e é reconhecido como “filho da Terra” (pachawawa) pelos aymaras. É o sábio especialista em técnicas divinatórias e terapêuticas da medicina tradicional, especialmente das que utilizam as folhas de coca.
  • Yawar: Significa literalmente sangue. A seiva da planta, é chamada assim pelos nativos andinos.
  • Yaykuna: Entrada, acesso.
  • Yuraq, yulaq: Branco.
  • Yuraq Mesa: É a cerimônia de cura realizada pelos yatiris bolivianos.
  • Yuyay Saywa: Razão (Terceiro Saywa).

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FROTA, W. Ñawis & cekes (monografia), Brasília, DF, 2022.

FROTA, W. Pachasofia (monografia), Brasília, DF, 2022.

FROTA, W. Illa Muyu (monografia), Brasília, DF, 2022.

FROTA, W. Percepção de cura e energia nos Andes (monografia), Brasília, DF, 2022.

FROTA, W. Níveis de Consciência (monografia), Brasília, DF, 2022.

FROTA, W. Poderes humanos (monografia), Brasília, DF, 2022.

FROTA, W. Poder pessoal e nossas capacidades mágicas (monografia), Brasília, DF, 2022.

FROTA, W. Willka – A energia negra (monografia), Brasília, DF, 2022.

FROTA, W. Mudança Interna (monografia), Brasília, DF, 2023.

FROTA, W. Kuyas & Mesas (monografia), Brasília, DF, 2023.

FROTA, W. Trabalhando com os Chumpis (monografia), Brasília, DF, 2023.

FROTA, W. K’anchay (monografia), Brasília, DF, 2023.

FROTA, W. Irradiação K’anchay e seus símbolos (monografia), Brasília, DF, 2023.

FROTA, W. Yanapaq (monografia), Brasília, DF, 2023.

FROTA, W. Códigos dos beija-flor (monografia), Brasília, DF, 2023.

FROTA, W. Códigos do Kori Kenti (monografia), Brasília, DF, 2023.

FROTA, W. Quatro níveis de percepção (monografia), Brasília,DF, 2024.

RÖSING, I. La mesa blanca callawaya, Cochabamba-Bolívia, 1992.

Elaboração: Rodrigo Giovanetti.