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A Grande Tecelagem

Segundo os Xamãs Andinos (Paq´os) somos uma grande bolha de energia, e uma meditação muito simples para energização consiste em cerrar os olhos e visualizar-se no centro dessa bolha. A cada inspiração profunda, nossa luz brilha com mais intensidade, como uma brasa ardente quando é soprada. Após soltar o ar, a luz é irradiada a partir de nós. No entanto, da mesma forma que o sol (Inti) não diminui quando brilha, nós também não diminuiremos essa energia quando estivermos compartilhando essa luz. Depois repetiremos o exercício, até nos sentirmos completamente energizados.

Agora nós podemos realmente começar o exercício da Grande Tecelagem, seguindo respirando profundamente até nos sentirmos calmos e relaxados. Sem abrir os olhos, tentemos nos conscientizar de tudo que nos cerca. De início, escolhamos um cristal ou uma planta para tentar nossa ligação com ele (a).

Visualizemos essa ligação como sendo uma fibra fina, que se estende do nosso corpo até o objeto no qual estamos concentrados. É possível que isto leve algum tempo, exigindo várias tentativas, antes de sentirmos a segurança necessária para prosseguirmos. Avancemos de acordo com o nosso ritmo. Quando estivermos a absoluta certeza da conscientização desta primeira fibra de ligação, ampliando nossa consciência de maneira a englobar todos os minerais, depois as plantas, depois todos os objetos que nos cercam e nos quais sintamos algum poder. Construamos, fibra por fibra, conscientes da tecelagem de energia que nos liga o ambiente a nossa volta.

Quando nos sentirmos preparados, ampliemos nossa consciência um pouco mais, de modo a englobar toda nossa casa e nosso quarteirão. Sintamos nossa ligação com cada uma dessas pessoas. Tentemos nos conscientizar do ponto em que a fibra sai do nosso corpo e também do ponto em que ela se junta ao corpo dos outros. Talvez alguns de nós tenhamos animais de estimação; procuremos sentir nossa ligação com cada um deles, chegando a incluir o menor deles. Existem fibras que nos ligam a tudo que vivem dentro da nossa casa. Conscientizemo-nos até mesmo das fibras que nos ligam às pedras do solo sobre o qual nossa casa foi construída.

Quando nos sentirmos preparados, ampliemos um pouco mais nossa consciência, de modo a incluir o bairro no qual vivemos. Tentemos nos conscientizar das fibras que nos ligam a cada uma das pessoas, jovens ou velhas, simpáticas ou antipáticas. Sintamos a nossa ligação com cada animal, tanto os que voam como os que vivem no solo, com todas as plantas, da árvore mais alta ao menor musgo que cresce num canto da parede, e com todas as pedras e pedregulhos do solo.

Na medida em que nossa consciência se expande de maneira a englobar a tecelagem da vida, constataremos que estamos avançando nesse processo de conexões com as outras criaturas. Agora estamos conscientes de nossa ligação com nossa cidade, com a totalidade de nosso país e com todo planeta, mas não nos contentemos com isso. Ampliemos ainda mais nossa consciência, de modo a incluir a totalidade do sistema solar. Sintamos as fibras que nos ligam a nossa Mãe Terra, e ao Pai Sol, mas não deixemos de nos lembrar das fibras que nos ligam à lua e a cada um dos planetas e estrelas.

Demos agora o último salto de consciência e sintamos sua ligação com a totalidade do universo. Estamos ligados a cada estrela e a cada planeta, as todas as coisas visíveis e invisíveis, conhecidas e desconhecidas. Sintamos as fibras. Conheçamos o nosso lugar como parte integrante nessa grande tecelagem. Nós nunca mais voltaremos a nos sentir perdidos ou sozinhos, pois conhecemos o nosso lugar nos esquemas das coisas. Em todos os lugares onde estivermos, saibamos que seremos sempre conhecidos e amados.

Agora, lentamente, deixemos que nossa consciência volte a encolher-se outra vez. Voltemos ao sistema solar, a Terra, ao nosso país, à nossa cidade, a nossa casa, ao nosso quarto e a nós dentro dele. À medida que nossa consciência volta ao seu tamanho normal, saibamos que o nosso lugar na tecelagem não está sendo perdido, as coisas continuam sendo como acabamos de experimentar com a simples diferença de que deixamos de conscientizarmo-nos delas.

Após essa experiência, não nos apressemos a retornar à vida do dia-a-dia; comamos ou bebamos alguma coisa e certifiquemo-nos de que estamos outra vez firmemente enraizados na nossa consciência cotidiana das coisas antes de retornar a vida normalmente.