Aloha!
Após dias de chuva, o sol voltou a brilhar com intensidade sobre a floresta em Tikal.
Lua plena demonstra toda sua energia por estas paragens.
Fazem quatro anos que vivo em sintonia com esta terra e estou constantemente harmonizado com a vida que pulsa na floresta.
Foi difícil deixar para trás toda uma vida, mudando radicalmente um estilo de ser.
Morrer foi essencial para que houvesse uma mudança profunda no meu Ser.
Os antigos xamãs afirmavam que somente aqueles que conseguem aceitar o êxtase sombrio e brilhante das próprias mortes conseguem viver vidas terrenas plenas. É por causa disto que em qualquer iniciação xamânica passamos pelo Rito Iniciático da Morte. Na iniciação aprendemos a nos despir de todos os “eus” conceituais que nos impregnaram para conseguir ver a realidade como realmente ela é, e não como nos condicionaram a vê-la. Passamos então a nos sentir plenos e aprendemos a mergulhar numa nova abordagem da realidade.
Somente aqueles que vivem vidas terrenas plenas podem decidir morrer, precipitar-se no Vácuo e exultar em seu regresso ao Infinito. E só eles podem viver novamente.
Vivendo nas terras ancestrais que os Toltecas viviam, fizeram com que eu entrasse em sintonia com a intensa energia que se manifesta nos animais, minerais e vegetais que aqui habitam.
Aqui tive a oportunidade de explorar com mais intensidade as pirâmides escondidas no meio da selva e adentrar através de inúmeros Portais as cavernas dos Ancestrais.
Felizmente este pequeno paraíso não foi transformado em Mordor pelo Espírito de Sauron, mas a poucas milhas daqui as forças de Saruman dizimam animais e degradam o meio ambiente. Há cada dia que passa vemos que a globalização não passa de uma nefasta versão do imperialismo dos povos que invadem a terra de outros povos escravizando-os.
Mas este tempo está perto do fim.
Nós que trilhamos o caminho nativo já sentimos as emanações de Hunab Kü incidindo sobre esta realidade. Na última celebração do Beltane, senti estas emanações quando vi os gêmeos do pólen carregando em suas mãos a semente da Primavera, dando-nos a esperança de um novo amanhecer.
Porém devemos lembrar que o sol da Primavera só pode cumprir plenamente seu papel se a semente está pronta.
Nós como Guerreiros que somos, não devemos esperar passivamente a Grande Transição que ocorrerá “aproximadamente”em 21 de dezembro de 2012, segundo o Calendário Maia.
Lembro que o tempo linear do calendário gregoriano é uma forma de prisão “conceitual” dentre tantas outras que nos foram impostas pelos imperialistas que se utiliza principalmente da mídia para vender sua própria imagem como querem, fazendo com que vivamos num mundo totalmente manipulado.
Os meios de comunicação torcem sutilmente as informações, com a intenção de que o poder continue nas mãos destas pessoas que pensam serem os Donos do Mundo.
Nós que trilhamos o Caminho do Xamanismo, sabemos muito bem qual é a intenção do que está por trás desta magia da mídia.
Como fazemos isto?
Aprendendo técnicas dos povos nativos antigos que nos fazem manipular campos de energia que são inacessíveis a maioria da população.
Os xamãs sabem que podem, pelo realinhamento da percepção com outras frequências da realidade, mudar de mundo aqui e agora, onde quer que estejam e este é o objetivo de toda uma vida de treinamento entre os xamãs de certas linhagens guerreiras que sabem que com a existência de armas e os covardes que ela põe no poder o “golpe” mais eficiente é “desaparecer”.
Quando vamos mergulhando no xamanismo temos que notar que nossos paradigmas cartesianos, newtonianos e positivistas, nosso condicionamento enquanto escravos da era industrial, tudo isso terá que ser desmantelado e uma nova compreensão da realidade deve surgir, de outros referenciais, referenciais que não sejam de um sistema que pretende sempre transformar o ser humano num objeto consumista.
O xamanismo nos ensina a ir mais longe, ir além, fazendo com que expandamos nossa consciência.
Aprendi neste meu exilo que há uma outra energia eclipsando as emanações de Hunab Kü.
Infelizmente os Imperialistas designaram seus feiticeiros negros para fazerem o possível e impossível para evitar que no momento da Grande Transição, em “Dezembro de 2012” nos conectemos com o vasto poder que vai estar, como uma nuvem, passando por aqui.
Se conseguirmos realizar esta conexão com o Centro Galáctico, com a vasta energia que de lá emana, teremos conseguido realizar algo efetivo e concreto, no TONAL da Realidade.
O “Tonal dos Tempos” é a realidade “coletiva” da qual partilhamos, e é basicamente formada pela somatória das Visões individuais de mundo.
Nestes últimos séculos grupos diversos trabalharam para “moldar” esse mundo, o que chamamos de realidade hoje, que acreditamos ser a “forma” natural do mundo, o “jeito de ser” resultante de um “processo evolutivo” é, para nós xamãs, o resultado de um desenvolvimento artificial arquitetado por grupos diversos que tinham em mente o “poder” sobre outros.
Significando que toda essa realidade aterrorizante, arma nuclear, degradação ambiental, doenças criadas para guerra e manipulação psicológica das massas, tudo isso é na verdade um grande mitote e podemos quebrar nossa concordância com essa realidade e nos ligarmos a outras realidade que já existem enquanto semente em nosso meio, mas ainda não brotaram, por falta de “massa energética”.
Somos seres mágicos, capazes de coisas incríveis, mas nos isolaram dessa consciência.
Quando tomamos certos caminhos de vida estamos fortalecendo a visão daquele caminho.
Infelizmente existem xamãs que agem dentro dos paradigmas do mundo dominado, que “rezam” a “deuses e deusas”, que servem a seres outros, que tem uma postura de dominados perante o dominador, eles e elas tem em si o poder, curam, afastam pragas, auxiliam, mas o fazem a partir de um ponto de agir que está preso aos paradigmas do mundo dominado.
Há tanta fantasia no caminho do xamanismo como vamos encontrar nas tradições espirituais de outros povos. No Taoísmo, Budismo, Cristianismo, Islamismo, Judaísmo, em todos os caminhos vamos encontrar segmentos que buscam manter um contato com a essência profunda e transcendente dos ensinamentos e segmentos que repetem a forma sem entender o conteúdo, que imitam fórmulas sem operar com a verdadeira essência do que é acessível.
Como eu disse, no xamanismo passamos pelo mesmo problema e devemos ter muito cuidado ao falarmos de Hunab Kü, o centro galáctico, da sincronização com as energias que vem deste centro, da data mágica de 2012, que é aproximada, pois essa medida como eu já disse foi propositadamente deturpada, justamente para evitar qualquer possibilidade das pessoas se sincronizarem a esta “fonte” perdida.
Já em outros tempos a “textura” da realidade era outra.
Os antigos tinham diversos calendários, entre os quais alguns para estar em sintonia com as forças cósmicas e telúricas. Os Maias, tinham uma sintonia natural com o centro galáctico, de onde vêm um tipo de energia especial. O que os modernos meios de dominação não vão te deixar facilmente aceitar é que o tempo dos Maias e sua civilização não acabaram.
Eles continuam existindo, em outras dimensões da realidade. Nada de “dimensões espirituais”, nada de “planos mais elevados”, apenas em outra casca da cebola, os Maias e muitos outros povos continuaram a aventura da vida, aventura que muitos de nós fomos apartados, presos nesta estreita “realidade” que temos por única.
Nos trancaram em celas perceptivas e nos contam que as matas e a vida está extinta, mas nós é que estamos apartados delas.
Quando nos sintonizamos com o poder dos xamãs da ancestralidade eles também focam seu poder em nós.
O tempo é uma ilusão e estamos presos a esta ilusão de várias formas.
Em outros tempos a sintonia dos seres humanos com as forças telúricas e cósmicas era outra, de outra intensidade, resultando assim num tempo que só conseguimos aludir como “mítico” e povoado por seres que eram semi deuses e deuses, por entes fantásticos e maravilhas mil, mundo que foi perseguido parte por parte e aqui, fora dos livros, Mordor parece vencer sobre os reinos Élficos.
Mas ainda temos esperança e trabalhamos ativamente neste caminho, ainda existem xamãs, ainda se cantam as antigas canções, as velhas histórias ainda são mantidas e se os lugares naturais ainda existem imperturbáveis em alguns pontos do planeta, destes nichos podemos recomeçar, destes centros de vida podemos voltar a espalhar a vida.
Vivemos essa batalha, pois existem os que desejam que não ocorra a conexão com o centro galáctico no momento certo.
Lembrem-se que muitos povos nativos do continente previram com exatidão a chegada dos conquistadores e sua conseqüente destruição enquanto cultura.
Hoje estamos do outro lado do árduo túnel, hoje estamos próximos ao momento no qual os mesmos calendários, que eram mais mapas de navegação que meros marcadores de tempo.
Assim como marcamos num mapa nossa posição num espaço, os Maias e outros povos da ancestralidade também sabiam marcar no Tempo onde estavam, eles usavam o Tempo, que é bem mais que o contar de horas ou o mero acumular de memórias que nossa interação com a Eternidade a nossa volta produz. São outros paradigmas, por isso ir ao calendário Maia não é “rezar” pra Pacal Votan voltar ou ficar preso a isto, é entender essa ARTE Ciência de lidar com o Tempo como ele realmente é.
E a energia necessária para isso pode ser absorvida do centro galáctico, chamado entre alguns de Hunab Kü.
Hunab Kü. tem suas emanações fluindo por “canais”, por feixes de ondas, conhecidos por Zuvuya, por “camadas” de realidade, por “frequências ” diferentes.
Entender a forma de sentir o mundo dos povos nativos exige energia e flexibilidade perceptual. Por isso treinar o SENTIR é tão importante. Porque o SENTIR é uma condição diferente de sensibilidade e interpretação das emanações da ETERNIDADE que nos toca.
Os xamãs Guerreiros, são seres que buscam recuperar o profundo contato com a essência da Vida e da Eternidade.
Somos seres livres em busca da Liberdade Total, assim o caminho de ir para outros mundos (com toda nossa fisicalidade), este entrar e sair de mundos, este ir e voltar de outras realidades exige uma fluídez de vida de quem assim pratica que fica muito longe dessa vida “civilizada” com suas rotinas massacrantes, sua opressão constante.
Neste momento que se aproxima, temos que reavaliar como estamos no mundo, como tem sido nossa participação do mundo, apenas para se conhecer, sem bobeiras de culpa ou arrependimento, não temos tempo para isso.
Tudo o que temos é o aqui e agora, e o aqui e agora é o tempo da luta pela liberdade.
Esta luta a que me refiro é um estado de alerta constante, a percepção da nossa efemeridade frente a Eternidade, a percepção que estamos num mundo predador, que temos de evitar armadilhas formidáveis no caminho do Conhecimento e que conhecimento é AÇÃO.
Tal agir é o AGIR de um guerreiro Xamã, quando se coloca em cada instante de sua vida, em cada momento, sabendo que tal momento poderá ser o último.
Ficar misturando realidades, não conseguir se realizar no aqui e agora e ficar usando de desculpas “místicas ” para isso não faz parte desta luta pela LIBERDADE.
O desafio aqui e agora é enfrentar os desafios que surgem com nossa mente criativa.
Existe um limiar que quando atingido é como um orbital eletrônico na Teoria Quântica, quando o valor é atingido o elétron salta de orbital, não há como estacar, chegou ali saltou.
Isso serve tanto para cada um de nós como singularidade, como também para a Terra como todo, o salto “dimensional” que tanto é falado em tantos movimentos “new age”, mas que é interpretado, na maioria das vêzes, pelos paradigmas mecanicistas.
Quem poderá, no momento da reconexão com Hunab Kü entrar em sintonia com os animais, pedras, árvores e outros entes que vivem no mundo, em todas suas camadas, para realizar o grande rito da reconexão?
Os xamãs de hoje se ocupam em, sem se destruir, negar completamente a abordagem dominante da realidade e reencontrar o caminho de sentir o mundo como nossos ancestrais espirituais e genéticos o faziam. Não perdem sua energia alimentando egrégoras globais e vivendo “na moda”.
Tal com Neo e seus companheiros em “MATRIX”, eles se rebelam demonstrando que estão vivos num mundo de mortos, sendo felizes num mundo de gente deprê, sendo eles mesmos num mundo de pessoas alienadas. É assim que travamos nossa batalha, despertos num mundo que dorme.
Estar em sintonia com o aqui e agora é levada a suas mais sutis implicações para um xamã.
Quando estamos completamente presentes, com todos nossos sentidos atentos, sensíveis, receptivos, podemos então notar que é mesmo aqui e agora que está também a outra realidade paralela a essa que coexiste com a nossa, mas que não percebemos, por termos sido trancafiados em masmorras perceptivas e atemorizados, em níveis diversos, para sequer desejarmos escapar das já invisíveis grades que nos cerceiam enquanto fazemos parte da “normalidade” vigente.
A rebelião da Tribo do Arco Íris é auxiliar cada ser a saber que tem a ETernidade em si, que não pode deixar que o obriguem a mendigar por migalhas de um todo que lhe pertence naturalmente, que a religião não tem o único caminho para a transcendência, nem a ciência tem o único método válido de conhecimento, que podemos enquanto entidades singulares nos desenvolver a níveis muito mais amplos de participação na Eternidade que nos cerca.
Em cada mínimo ato, podemos negar esse falso mitote ao qual nos prenderam, a Rebelião dos Guerreiros e Guerreiras da Tribo do Arco Íris é sutil.
Entendam aqui porque destroem os cultos nativos e tudo que seja ligado a natureza.
O condicionamento humano que assistimos ser imposto tem como um de seus propósitos chaves impedir a reconexão de parte significativa da humanidade com Hunab Kü.
Destruíram os códices sagrados, derrubaram monumentos e ocultaram peças que revelariam uma história bem diferente da oficial, dizimaram grande parte dos povos nativos, mas a profecia que um dia descreveu essa era de trevas, também previu que uma outra viria, quando uma tribo formada por pessoas de várias cores se uniria para o grande combate entre consciência e inconsciência. A Tribo do Arco Íris, veio para cumprir uma antiga profecia das culturas nativas.
“Quando o rio e o ar estiverem sujos, quando o ser humano houver se perdido completamente da linha da vida, quando os animais estiverem ameaçados, as ancestrais árvores cruelmente abatidas,quando a doença e a tristeza estiverem dizimando o povo vermelho virá uma nova nação, uma nova tribo.
Serão em grande número, surgiram de onde não se espera.
Virão em muitas montarias, sua magia diferente, terão artes que desafiarão a compreensão.
Serão de muitas cores, por isto essa Tribo será conhecida como Tribo do Arco Íris, eles virão quando o fim parecer certo, eles virão e curarão a Terra.”
Cá estamos, cumprindo a antiga profecia com a força de nossas vidas.
O ser humano sempre teve o papel de “coordenar” o contato mágico entre todos os níveis da vida orgânica e alguns da inorgânica, neste mundo. Este um dos papéis fundamentais dos ritos, que depois viraram mera súplica de pedintes. Esta sintonia deve ocorrer no momento da reconexão.
Esse um dos papéis sutis da luta dos Guerreiros e Guerreiras da Tribo do Arco Íris, criar grupos de irradiação, espalhados pelos continentes. Pois quando chegar a hora poderemos criar uma corrente. Nos ligar a Hunab Kü com nossa própria força e intento, depois é só termos o intento de nos reconectarmos a FONTE. Assim, a FONTE sentirá nossa intenção e virá em nossa direção com a mesma força que a Ela dedicarmos.
Em cada ato realizado com consciência e lembrança de si, em cada momento que passamos por uma árvore em uma rua e a sentimos viva e consciente, apoiando assim esse intento, podemos estar minando a ordem estabelecida e criando as rachaduras necessárias para que a luz do Sol volte a entrar nesta senzala moderna chamada cidade.
Não é um retorno as origens.
É um reconexão.
Estamos nos desconectando de tudo isto que nos foi imposto como realidade e nos reconectando ao ancestral modo de sentir, pensar e agir no mundo.
Ao fazer coligação com Hunab Kü, esta concentração de energia de centro da galáxia, voltaremos a sentir o Zuvuya, o campo em fim das emanações da Eternidade, suas correntezas, seus ventos, velejar pelo Mar Escuro da Consciência novamente livre, recuperando assim a habilidade de estar sintonizado com emanações muitos mais amplas da realidade.
Quem sabe após nos reconectarmos com a energia de Hanub Kü, possamos como uma massa crítica, realizar o sonho dos mil gatos, sonhando com um mundo menos desequilibrado, do contrário seremos apenas um mundo desequilibrado e ainda ligado a uma fonte de energia tremenda que irá potencializar nossas próprias mediocridades. Uma das estratégias do xamanismo é a de agirmos sem se preocupar com os “depois”, pois o importante é o ato que realizamos no aqui e agora, sendo responsáveis pelos seus atos. Só assim, seremos Livres, plenos, como a Vida é.
Um Guerreiro do Coração (Membro da Tribo do Arco-íris).