Napaykuna!
Nos Andes, a saúde e o bem-estar de uma pessoa ou povo estão intimamente ligados ao seu sentimento, pensamento e ação em relação aos outros e à Terra.
Quando uma pessoa é gentil em seu coração, em sua mente e em seu trabalho, essa pessoa está em AYNI com o mundo, e a vida o reconhece dando-lhe vigor e prosperidade.
Ayni significa reciprocidade: assim como se dá, se recebe. Mas cuidado, pois aqui há uma sutileza muito poderosa porque um coração não é puro quando entrega pensando no que receberá em troca. É na devoção e ajuda altruísta e incondicional que se acumula saúde espiritual e solvência.
Em nossa cultura materialista e individualista, operamos contrariamente a Ayni; é sempre sobre “mim” e o que vou receber. Quando dou, estou contando cuidadosamente quanto estou dando e depois coleciono.
Não se trata de se tornar um mártir que dá o próprio sangue e, portanto, se sente mais santo. Você simplesmente ajuda quando sabe que precisa ajudar e confia que, quando precisar, a vida o trará de volta.
A imagem de um rio fluindo nos ajuda a entender isso. Você permite que sua ajuda flua sem esperar ser nutrida por aqueles a quem ajudou, mas a ajuda virá de onde precisa fluir quando você precisar. É assim que se cultiva a entrega incondicional e a confiança na vida.
Para os povos originários andinos, o AYNI também é praticado fazendo oferendas à Pachamama ou Mãe Terra, ao Inti ou Pai Sol, e às demais forças da natureza que nos dão vida. Eles são agradecidos por este corpo e por tudo que o sustenta para que nossa alma possa ter essa experiência de vida.
Vamos praticar Ayni, bondade sem medo ou suspeita, e também deixar a abundância fluir para nós. À medida que curamos nosso egoísmo, um sentimento de prosperidade nasce das profundezas que mais tarde ou mais tarde o Universo nos refletirá cada vez mais.
Munay,
Wagner