Sinais de Fumaça

Napaykuna!

Nas tradições religiosas que abraçam uma divindade única e masculina, o divino é visto como uma força que reside no céu, longe de nós. No Ocidente, temos que trabalhar duro a nossa relação com Ele, orando e sacrificando-nos. Sentimos que devemos ganhar o amor e a atenção do nosso Criador, que nos expulsou do Paraíso por nos atrevermos a comer o fruto proibido da árvore do conhecimento do bem e do mal. Segundo esta mitologia, devíamos seguir como crianças porque ao provar do fruto que Deus proibiu, mostramos nossa independência, despertamos sua ira e nos condenamos a viver uma vida de trabalho duro e miséria, aliviados somente pela graça de Deus.Em vez disso, nas teologias feminimas mais antigas nunca fomos expulsos do Jardim do Éden ou separados da divindade. Pelo contrário, nos deram o jardim para sermos seus guardiões e cuidadores; o divino põe sua força vital nas sementes que plantamos na terra. Expressamos este potencial, expandindo-nos com a divindade a medida que fornecemos o fruto que alimenta a humanidade. Xamãs que abraçam esta teologia feminina, diriam: “Estamos aqui não só para cultivar milho, mas também para cultivar deuses”. Em outras palavras, realmente participamos com o divino a co-criação de nosso Universo. Reconhecemos que tudo em nosso mundo é sagrado, incluindo-nos, e nosso trabalho é fomentar a expressão mais plena dessa divindade.

Munay,

Wagner