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Plantas Mestras

As plantas foram as primeiras formas de vida na Mãe Terra, elas tem uma relação muito forte com o sol e a lua. Delas obtêm-se os medicamentos, quer sejam alopáticos ou homeopáticos. Porém algumas delas são chamadas de Plantas Mestras e levam a mente de quem às utilizam a regiões “espirituais”, alterando nossa consciência profundamente. Não é a toa que essas plantas recebem o nome de Enteógenos que quer dizer “substâncias reveladoras de Deus.”

O uso dessas plantas faz parte da experiência xamânica a milhões de anos. Elas não podem ser confundidas com drogas que causam dependência e coloca em risco a saúde de quem as utilizam. Ao meu modo de ver, cada Planta Mestra abriga um Ser. Seres esses que nos ensinam ao entrarmos em contato com eles, mas não é simplesmente ingeri-las para contactar esses seres, é preciso que tenhamos certos princípios para conseguirmos contactá-los. É devido a essa falta de princípio, que muitos dos que as utilizam, não conseguem estabelecer contato e podem até sofrer com alguns problemas mentais, principalmente aqueles que vivem arraigados ao mundo mundano urbano.

Há pessoas que procuram utilizar essas plantas, como se utilizassem uma droga qualquer, um produto químico manipulado pelo homem moderno para interferir no funcionamento de nosso cérebro e sistema nervoso central. A utilização dessas drogas termina por provocar um colapso em nosso sistema nervoso e abre as portas de um outro mundo. Mas ao entrarmos nesse novo mundo, podemos pagar um alto preço. Ao entrarmos nesse outro mundo sem uma orientação, ficamos mais perdidos e terminamos por criar diversos tipos de patologias físicas e psíquicas. Vivemos tão cansados no corre-corre da nossa vida diária no meio urbano, que terminamos por procurar um caminho para esquecer os nossos problemas. E assim passamos a utilizar as drogas, querendo “viajar” num barato, que as vezes sai caro, só para ficarmos “livres” do nosso cotidiano.

Há uma grande diferença entre drogas e Plantas Mestras, principalmente o uso dessas Plantas fora do contexto xamânico.

No Universo Xamânico, aprendemos que tudo tem o seu lado de luz e sombra, basta termos conhecimentos em que dimensão pretendemos trabalhar. Na luz, as Plantas Mestras são consumidas em rituais, no qual temos que nos abster da carne, do sexo e de outros tabus, de preferência deveríamos jejuar por três dias antes de realizar um ritual com uma Planta, e no qual um xamã guia os presentes no ritual.

As Plantas Mestras aumentam a percepção, a acuidade visual e auditiva, e nos levam para outras camadas vibracionais ou dimensões. Os xamãs sempre utilizaram as Plantas Mestras para se sentirem mais amplos, mais conscientes, indo em busca de visões, mas nunca para fugirem da realidade, mas sim indo além dela, procurando ampliar sua visão. A experiência em si é individual, alguns tem visões, outros canalizam mensagens de outros planos, outros realizam regressões de memórias de outras reencarnações, recebem insights, têem a intuição ampliada, recebem cura, encontram entidades, entre tantas outras coisas. O seu uso ritualístico, enfim, nos leva a uma experiência mística maravilhosa.

Existem diversas destas plantas, o povo amazônico usam a Ayahuaska, a Coca e o San Pedro, já os Mexicanos usam o Mescal e a Cannabis Sativa, os brasileiros além da Ayahuaska, utilizam a Jurema, o Virola conhecido também como Paricá. Alguns Nativos Americanos do Novo México utilizam o Peyote. Ainda existem uma infinidades delas, além dos cogumelos.

É muito triste vermos indivíduos fazerem uso de substâncias que destroem as nossas saúde com a intenção de atingir estados de êxtase, estados ilusórios que servem aos que tem preguiça e não querem de fato transcender, mas só saírem de sua rotina. Mais triste ainda é vermos, alguns “xamãs” que realizam wokshop de fim de semana aonde dá uma pincelada sobre o que é xamanismo, sem ir ao fundo na essência xamânica, visando apenas o dinheiro que está entrando na sua conta bancária. Falsos mensageiros existem aos montes e agora também os vemos trabalhando com as Plantas Mestras como se fosse um produto de consumo qualquer.

Tenho visto isto ocorrer aqui no Brasil com a utilização da Ayahuaska, no Peru e Equador com o cacto de São Pedro e com outras Plantas Mestras que são utilizadas por determinados grupos de pessoas que pretendem apenas ficar em estado de transe coletivo, querendo fugir da realidade, que terminam voltando após o efeito passar. Essas pessoas estão apenas se iludindo e iludindo os outros ao dizerem que ao utilizarem uma Planta Mestra, passaram a ser xamãs. Puro engano, pois xamã não é uma pessoa que precisa fugir do seu dia. Ser xamã é ser livre para voar em direção a liberdade utilizando ou não as Plantas Mestras. Xamãs viajam com ajudam de aliados que podem ser os vegetais ou animais, mas também viajam ao som do toque do tambor e/ou chocalho ou simplesmente no próprio silêncio do Universo.

Wagner Frota