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Xamanismo

Ventos refrescantes nos envolvam e nos mostrem a sombra que é abrigo ao sol do meio dia.

Ventos intensos nos afastem da sombra que é medo de encontrar-se.

Sejamos nossa própria luz para que em qualquer sombra estejamos bem.

Integrar a sombra em nós é desafio complexo, mas é o primeiro a ser resolvido antes de qualquer outro passo, do contrário podemos falsear tudo que encontrarmos.

É interessante observar como em certos momentos certos temas vem a tona e se tornam modismos, se tornam interpretados e reinterpretados, apresentados em aspectos e não em sua totalidade.

Observar atentamente o mundo a nossa volta me parece algo desafiador, pois temos a tendência de interpretar o mundo, com base num processo comparativo, usando como critérios de validação paradigmas que nos foram implantados pela civilização dominante.

Xamanismo é um desses terrenos comuns onde um sem número de diferentes tipos de abordagem da realidade deitam suas raízes.

O que torna uma forma de abordar a realidade, um caminho, uma tradição realmente xamânica?

Este questionamento é muito importante pois dele depende toda a compreensão (que vai além da mera intelectualização) e sentir (que vai além do mero emocionar-se) das novas realidades e possibilidades existenciais que o caminho xamânico nos trás.

O que é a Trilha do Xamanismo?

É um caminho natural, um caminho de sintonia com a Terra, com a Vida, com a Natureza enquanto força viva e consciente.

Estar em harmonia com os fluxos da vida é algo que os caminhos xamânicos tem em comum.

As divindades do xamanismo não são divindades antropomorfizadas, são forças da natureza em interação conosco.

Ao lidar com estar forças não devemos limitá-las a nossa programação mas procurar sentí-las como realmente são, sem projetar medos ou fantasias sobre as mesmas.

Quando o xamanismo surge?

Há duas vertentes de xamanismo.

O xamanismo que é o caminho dos povos nativos de cada continente.

É complexo explicar esse caminho, podemos dizer que todo povo nativo sempre teve uma profunda sintonia com a Terra, com a Vida e assim foi até que chegaram as idéias separatistas, de superioridade do humano sobre tudo mais.

Nós que somos uma parte, um fio da trama da vida nos julgamos seus tecelões e condenamos toda a espécie a outro tipo de vida, a esta vida que aí está.

Quando falo nós, coloco a cada um de nós, pois se ainda estamos presos a este tipo de realidade desarmônica é porque pactuamos de alguma forma com os que criaram tais modelos.

O pactuar da subserviência perceptiva.

Nos limitamos a sentir apenas um modelo da realidade, a que nos impuseram.

Somos entes perceptivos.

Percebemos a realidade a nossa volta.

Ela é viva, auto consciente.

E se apresenta em diversas facetas.

Para os povos naturais a vida e a natureza, as estações, os animais, as plantas, os rios, lagos e mares, os campos e montanhas, cada momento da existência é um mistério em si e assim também são singularidades vivas e auto conscientes.

Nós somos um momento singular da vida e da consciência da Eternidade.

Nas plantas, nos animais, nas montanhas, rios, nuvens, enfim num sem número dos hoje chamados “fenômenos naturais” sentimos que os processos de mentação e homeostase estão ali também presentes, em outras gradações e também em freqüências do espectro além de nossos sentidos ordinários.

Mas é pelo pleno desenvolvimento e atenção destes sentidos ordinários que podemos ir além deles.

Alguns caminhos xamânicos perceberam que de duas formas podemos nos expandir.

Indo aos mundos de energia, existindo aqui e aqui em diferentes realidades.

Ou existindo aqui e lá nesta realidade.

Adquirindo tal consistência existencial e tal sutileza que também pelo existir se abre uma passagem, como a singularidade cria a abertura no tecido espaço temporal gerando um buraco negro.

Somos seres pensantes, sensíveis, capazes de agir.

Mas temos preferido raciocinar, emocionarmo-nos e reagir.

Tem sido assim por muito tempo, desde que os conquistadores chegaram trazendo seus modos de vida, suas idéias fixas, suas inquisições, suas culpas e seus medos.

Esta foi a pior arma trazida, a pior peste das muitas que trouxeram.

Escravizadores aprenderam a não apenas manter o corpo servil como a própria essência.

E os cultos de culpa, medo e subserviência à figuras estereotípicas, geradas a partir dos medos e carências comuns, se tornaram comuns e de uma forma ou outra deixam seus rastros em todos nós.

Suas travas que limitam e impedem a plena expansão do que somos, a plena expressão de nossa singularidade.

Falar de xamanismo antes de lançar luz sobre esse porão, sobre essa sombra onde está o lixo que nos deram como doutrinação existencial seria lançar nutrientes em solo onde existe a planta que quero cultivar mas também a que não quero.

Coar a terra antes de semear, fertilizar progressivamente e água, sempre muita água…

O Xamanismo é também exotérico e esotérico.

Se você assistir ritos dos xamãs herdeiros das tradições nativas que ainda existem verá um aspecto do rito, o exotérico.

Poderá criar interpretações baseadas em suas próprias informações, oriundas de um meio cultural completamente distinto do qual provêm.

A forma pode impedir de nos ligarmos a essência ou pode ser ponte a ELA.

Depende de nós, da nossa forma de interagirmos e respondermos aos desafios.

Reagir não é o mesmo que responder.

Aqui estou convencionando que chamo reagir o ato reflexo de gerar um comportamento, seja emocional, intelectual ou em reação física, em virtude de estímulo do meio.

Responder é interagir, agir em conjunto com a totalidade a sua volta, tendo seu próprio centro singular de atitudes.

Pensar o mundo, sentir o mundo, agir no mundo é algo que se perdeu em muitos povos, em todos os continentes.

Recuperar uma amplitude maior em perceber o mundo nos permite perceber também que podemos mudar nosso modo de estar inseridos no mundo.

Esta é a proposta central do Xamanismo que a Tribo do Arco Íris apresenta ao mundo.

Os conselhos que integram o Conselho da Tribo são unânimes em estimular que todos os homens e mulheres que se ligam a sincronia da tribo assumam a responsabilidade por estarem vivos (as) por estarem presentes neste momento único e mágico que existe ao inspirarmos, ao expirarmos e no espaço entre.

Precisamos urgentemente mudar nossa visão de mundo.

Precisamos de uma VISÃO.

Homens e mulheres sábios (as) de todos os tempos tem buscado sua “visão pessoal”.

É um caminho complexo, um rito progressivo até que a visão pessoal é revelada e a forma de existir muda.

A tribo do arco íris é simples como o vento que sabe também tornar-se tufão.

Não há canto do planeta em que os ancestrais modos não estejam sendo retomados.

Podemos todos fazer parte disso.

Não é uma volta.

É uma reconexão.

Estamos apenas nos desconectando de tudo isto que está imposto como realidade e nos reconectando ao ancestral modo de sentir, pensar e agir no mundo.

Unindo isso a nossa experiência do cotidiano, podemos usar o mundo para nosso campo de treino, um lugar onde temos o desafio de realizar o que representa uma vida com qualidade e harmonia, em coerência com nossa concepção da realidade.

Estaremos prontos para isso quando tivermos morrido para nossos velhos estilos de raciocinar, de emocionarmos de reagirmos, que chamamos de “eu”.

Isto não significa tornar-se insensível ou cínico à vida como muitos interpretam.

O sentimento é muito sutil em relação a emoção, por isso para os padrões emocionais da maioria pode parecer que o sentimento seja frio, insensível, mas o sentimento tem uma profundidade sensível, uma realidade existencial que nos permite interagir com a realidade dentro de paradigmas mais amplos.

Aqui entra o conceito de gentileza dos xamãs Toltecas que considero importante.

Segundo o Mensageiro dos Toltecas da linhagem guerreira, agir com Implacabilidade, Paciência, Astúcia e Gentileza eram formas estratégicas de usar a energia que temos.

Bondade é o termo que usa, eu substitui por gentileza.

Ser gentil e o ser apenas pelo prazer .

Não podemos esperar nada em troca, no ato de ser gentil não há expectativa de retorno, é apenas o resultado da ação que se almeja, ou seja a ação em si, sem se preocupar com futuros, resultados.

A energia que atos desapegados produzem é tremenda na estrutura da realidade.

Somos geradores de atos e cada ato é mágico.

Os Zen e Taoistas vivem chamando a atenção sobre isso.

Cada ato, cada mínimo ato é mágico, cada ato é sagrado, não há nada que seja “não sagrado” na esfera dos atos.

Ficar racionalizando, ficar presos a estados emocionais ansiosos e cheios de medo, ou rancorosos e cheios de auto piedade é algo que as pessoas gostam bastante.

De formas diferentes chafurdam nessa lama dia após dia.

O xamanismo é uma proposta que tem um lado exotérico e um esotérico.

O esotérico é pouco revelado, pouco comentado, muito deturpado, mas está lá, como um diamante no centro da Terra, um diamante vivo e pulsante que está sendo “chocado”, núcleo do qual nascerá a nova vida.

Somos guardiães da Terra, nós todos, homens e mulheres que trilham o caminho do xamanismo, em suas muitas trilhas diferentes, mas todas no mesmo embasamento: Somos partes da Vida e é dela que vem nossa força e sustento.

Este pacto de nossa espécie com a vida e com a Terra foi rompido há eras atrás por pretensos líderes da humanidade que pactuaram com entes alienígenas de grande poder, mas ainda assim entes, tornando esses entes forças arquetipais e os colocando no lugar da figura do inefável, do inominável, do ELE/ELA que tudo gerou, ao qual tudo volta ao final.

E passamos a cultuar deuses antropomorfizados, sequiosos de poder, que usam de seus seguidores para converter outros a seu culto.

Compreender esta mudança é fundamental para compreender o começo de toda essa ERA que vivemos, essa era que vem de aproximadamente 3010 antes do começo desta Era que ainda nos agarramos, mas que também já se foi.

Esta contagem de tempo é só simbólica, tens que compreender que tua visão de tempo é bem chinfrin para entender essa medida tão vasta.

Quando entendi que esse monte de datas e números apenas confundiam comecei a interpretar a realidade de outra forma.

Isto me parece importante.

Falar de algo em outra era é falar de algo em outro tempo, em outra pulsação do Tempo.

Tudo era diferente ali.

Nas areias egípcias herdeiros dos antigos ainda praticavam sua arte/ciência/magia.

Nas selvas de Yucatã, nas mesetas do norte, por todos os outros continentes do mundo sábios e sábias, ainda mantinham acesa a chama antiga, ainda contavam sobre o antigo mundo que existira, sobre a civilização planetária que atingira um apogeu maravilhoso, mas caíra, por forças diversas, por sua arrogância em crer que algo neste mutável mundo pode ser eterno.

Fluir com os ciclos, mudar para permanecer, isto é sutil, mas funciona.

Houve uma ancestral civilização planetária, distinta desta nossa, tão distinta que suas realidades só conseguem ser lembradas como mitos.

Deste tempo mítico emanou-se esse tempo da existência no qual vivemos, homens e mulheres conduziram pacientemente a humanidade para outro ponto possível de concernência perceptiva, o ponto onde temos a racionalidade e todo esse mundo que temos por real.

É interessante entender isso, foram homens e mulheres que perceberam outra possibilidade existencial para a humanidade e nos trouxeram, num trabalho sequenciado e continuo através de eras, para outra abordagem da realidade, para o mundo racional, onde os mitos são coisas abstratas e distantes.

Houve um porque para isso, inclusive um porque defensivo, que na realidade foi exatamente ao contrário, pois a limitação desse estado que nos encontramos apenas ampliou nossa condição de presa a entes alienígenas que se regalam com nossa energia, nos pastoreando ativamente.

Chegando ao máximo desse ponto à humanidade aqui se estancou.

E cá estamos, presos no ponto máximo da racionalidade, com uma realidade fixa e de complexa plasmação a nossa volta.

Uma das Artes dos (as) Xamãs tem sido recuperar essa fluidez perceptiva.

Primeiro aprender essa complexa e útil arte que é fixar o ponto de aglutinação num conjunto de emanações da eternidade.

Esta arte de manter a percepção dentro de um conjunto organizado de fibras da Eternidade é estupenda, é o que nos permite interagir de forma compreensível com outras realidades e com os entes destas outras realidades.

Mas em nossa Era estamos também interessados em recuperar algo desse estado mítico que nossos ancestrais existiam.

A trilha do Xamanismo tem sido para nós esse resgate do tempo mítico, levando conosco os prêmios dessa jornada que fizemos enquanto espécie ao reino da razão e dos mundos como este que chamamos ainda de realidade.

A antiga arte ciência magia veio pelos antigos, vem até nós pelos povos nativos, mas é muito importante atentar para um ponto.

O cerne, o núcleo, a essência desta Arte – Ciência – Magia não é dos nativos, não é de ninguém, vem de antes, vem de um tempo antes desse tempo, é a herança secreta deixada pela civilização planetária que há imprecisos 12.000 anos atrás deixou essa condição da realidade.

A essência de uma Tradição não pertence a esse mundo, é pura substância essência, força mítica, energia sem similar na existência.

É a transmissão dessa força viva e atuante, de vida para vida, de boca para ouvido, de gesto, forma e som, cor e ato que demonstra a realidade viva de uma tradição.

Sentir o toque mágico do mito e tornar-se mito.

Somos seres míticos, temos de recuperar essa nossa condição.

Em fato, efeito e ato.

Há eons atrás eles e elas partiram, levando consigo seu saber e suas perguntas.

Agora voltam.

Muitos dos eventos ufológicos hoje em dia registrados são encontros com eles e elas voltando.

É algo portentoso, algo transformador, mas que necessita de sobriedade para que não caíamos na armadilha do poder, de renunciar a Liberdade Total pela busca do infinito desconhecido.

Ontem falava sobre isso com pessoas, voltando de uma caminhada pela serra, já noite, quando passamos em frente à uma igreja .

Ali uma mocinha falava:

“Que adianta 80 anos frente a eternidade, vocês já pensaram nisso, por 80 anos vocês vão trocar a eternidade?”

Ficamos longo tempo em silêncio meditando sobre a profundidade daquilo,nós que buscamos a ETERNIDADE.

Que sabemos que os pactos com criaturas poderosas ainda existem.

Criaturas que habitam mundos circunvizinhos ao nosso, que são poderosas em relação a nós como uma estrela frente a uma vela.

Mas ainda assim são seres da existência, quer dessa realidade quer de outras.

Ao lado da busca da ETERNIDADE é a busca da LIBERDADE que dá sobriedade a quem trilha o Xamanismo.

Assim permanecer livre de pactos e promessas, de prêmios e recompensas e contemplar serenamente as maravilhas e mistérios, o deslumbre e os inquietantes paradoxos da Eternidade é algo que exige tremenda disciplina e força de vontade.

A qualidade de nossas vidas responde se estamos em busca da Eternidade ou apenas fugindo de nossa vida cotidiana.

O xamanismo busca curar a Terra.

Precisamos antes curar a nós mesmos da esquizofrenia existencial que nos faz crer serem mais importantes os objetivos que nos foram impostos do que os objetivos transcendentes.

E aqui entra outro problema de comunicação, pois muitos usam desta assertiva acima para justificar sua inabilidade em lidar coerentemente com o mundo a sua volta.

Eu considero que uma inserção efetiva e realizada no mundo é condição fundamental para saber se nossas habilidades estão realmente operacionais para então nos defrontarmos com as outras condições de realidade que o caminho xamânico nos apresenta.

Eu tenho um paradigma, jamais transmito conhecimento profundo prá quem não está realizado no aqui e agora.

A ARTE CIÊNCIA MAGIA que herdamos de nossos ancestrais é para os (as) que buscam a fuga desta realidade por superação, não por medo.

Não acredito em quem não se resolveu consigo mesmo, são sempre pessoas perigosas, a si e aos meios onde estão.

Precisamos estar em harmonia conosco para podermos harmonizar a Terra.

Viver xamânicamente é o primeiro desafio da trilha do Xamanismo.

Aqui não podem haver duas vidas, dois pesos e duas medidas, aqui temos a coerência de nossos atos, livres ou presos(as), senhores(as) de si ou servos(as).

Embora um (a) xamã aprenda a viver muitas vidas em uma, cada uma delas é única e final em si mesma.

Algumas iscas em palavras que, quem sabe, pescarão insights profundos em tua percepção.

 

Nuvem que passa (Membro da Tribo do Arco-íris)