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Essência Xamânica

Somos passivos em relação as emoções. Mas podemos usá-las de maneira ativa. É por isso que os xamãs são atores. No teatro se esconde um imenso poder. Mais e mais usamos as emoções de maneira ativa, menos e menos somos vitimas de emoções negativas. Para despertar essa capacidade, vamos encontra-la em nosso mundo interior: em nossa viagem ao mundo de hades, ao nosso oculto. A grande dificuldade que encontramos (ela se expressa de muitas maneiras, mas é sempre a mesma) vem do fato que somos hipnotizados.

O hipnotismo não é um estado espetacular e raro, mas um estado permanente.

Somos hipnotizados pelos nossos preconceitos, pelas nossas expectativas e pelas nossas emoções. Conseguimos com facilidade o que não é importante. Mas quando o assunto é sério, temos medo de errar. Olhamos a situação com emoção, percebendo apenas a dificuldade. É como se nada mais existisse ao redor da dificuldade, como se o Universo tivesse desaparecido. Perceber soluções se torna difícil. Nossa preocupação torna difícil o que era simples. Quantas vezes vimos pessoas muito inteligentes, no hipnotismo de uma emoção, tomar decisões imprudentes e agir de maneira estúpida! Fomos ensinados a reprimir nossas emoções negativas. Assim fazendo, rejeitamos nossas emoções para o inconsciente, e perdemos o controle. Como vamos controlar o que nos é inconsciente? A emoção rejeitada não vai deixar de existir, apenas na noite do inconsciente vai agir de maneira cega, distorcendo nossas percepções, nossa inteligência, nosso destino. Estaremos sendo hipócritas conosco e com os demais. Lutar contra a emoção também não funciona, piora. A emoção recebe mais energia, cresce. A verdadeira maneira de lidar com as emoções consiste em sermos realistas, coerentes e conscientes no mundo real: espiritual, astral e material.

Ao contrário do que nos foi ensinado, alcançar o mundo espiritual é fácil, porque não tem distância, o mundo espiritual está aqui. Basta se lembrar que não somos nossas roupas, nem nosso corpo físico, nem nossas emoções. Temos roupas, temos um corpo humano maravilhoso, temos emoções, mas não somos essas coisas, somos a consciência dessas coisas. Somos uma consciência. Sua consciência tem limites?

Sua consciência, a consciência que você é não tem limites, é infinita. No mundo espiritual, no oceano infinito da consciência que você é, qualquer situação material é tão pequena, não tem importância nenhuma. Tanto faz.

Chegamos a sabedoria inferior dos yogues da Índia que vivem no tanto faz, e fazem nada, a sabedoria da preguiça, da miséria.

A realidade é mais. O infinito é apenas um pedaço de realidade. A realidade é espiritual, astral e material. Presente na realidade total, usamos de maneira natural uma lógica multidimensional: “É importante, e tanto faz”.

Como é importante (tudo é importante) agimos, e agimos com leveza porque tanto faz. Em contato natural com nossa totalidade, com a imensa riqueza de conhecimentos e de capacidades armazenados em nosso inconsciente, agimos de maneira inspirada. Não basta saber, precisa Ser. Não basta ter que acreditar, temos que saber porque acreditamos.

Existem várias maneiras de lidar com as emoções. Podemos criar um automatismo, usar as emoções negativas como um sinal de Pavlof, que vai evocar um sentimento de capacidade tranqüila e permitir de encontrar soluções lúcidas. Rir desipnotiza. Ver o lado engraçado é outra maneira de lidar com emoções perturbadoras. Quando estamos rindo, estamos olhando a situação de fora. Não podemos ser atingidos. É como se estivéssemos num outro espaço, e de fato estamos num outro espaço, estamos em nossa dimensão espiritual: somos uma consciência, uma consciência infinita olhando de fora um problema tão pequeno! Não deixamos por isso de perceber, continuamos presentes em nossa dimensão astral. Continuamos presentes em nos só corpo físico. Somos realistas, presentes em nossa totalidade: espiritual, astral e material.

Somos tão sérios. Levamos a sério o que é sério (e tudo é sério) e tudo que não é sério (e nada é serio). Talvez possamos começar a compreender que tudo pode ser uma porta aberta para seu contrário. A delícia de comer um bolo de chocolate de 2 kg é uma porta aberta para o sofrimento duma diarréia libertadora. Tudo é como uma bicicleta, leva para qualquer outro lugar.

Quando um antropófago começa a almoçar, ele agradece a Deus pela boa comida, com generosidade convida você a compartilhar os melhores pedaços. Não experimentei, mas penso que deve ser assim. Me parece lógico. Quando um padre começa a pregar com a voz de Deus, ele não sabe que Deus nunca pregou, então ele continua. Me parece lógico. Ele pensa que Deus é como ele. Quando um sapo começa a cantar, de repente fecha a boca sobre um mosquito, porque a vida dele, como de algumas outras pessoas, é feita de comida.

“Conheço” dizia meu sobrinho, quando tinha quatro anos, antes de se tornar mais tarde médico, “conheço uma doença terrível: a morte.” A morte não é terrível, é natural. Morremos de vez em quando, para poder ressuscitar, é o único meio de fazer uma coisa dessas. Temos ossos escondidos em vários cemitérios nesse planeta, e não sei bem como recuperar meus, se um dia for necessário. Mas não sou colecionador e por enquanto não me preocupo com essa futilidade, mesmo quando me lembro comendo um frango. É verdade, tem dias de sol, e dias de chuva. Tem de tudo, tem professores, tem dentistas, tem alcoólatras (abrem a boca todos eles), tem jegues, pulgas, tem animais sim, tem flores, tem sopa, tem roupas, tem máquinas de lavar roupas. Mas não tem ainda máquinas de lavar flores nem dentistas. Tem de tudo para todos os gostos. O que vale a pena é a variedade. Darwin pensava que descemos do macaco. Pessoalmente, preferia ter por avô um jegue, por causa das patas que são quatro, melhores para passear. Sei que as divindades da Índia tem quatro mãos, melhores para tocar piano, mas isso não é uma prova definitiva. A Ciência esta sempre evoluindo, como o macaco e todos nós…

Comunicação em plenitude

A maior parte das nossas dificuldades, para com os demais, e para conosco, vem duma falta de comunicação. Medo da crítica e insegurança empobrecem o conteúdo da nossa comunicação, afetam a qualidade do nosso tom de voz, e nos impedem de transmitir com carisma o que queremos dizer. Geralmente nossa comunicação não passa de uma ilusão. Se conseguirmos 30% de comunicação. É muito. Porque? Porque estamos nos escondendo atrás de máscaras, máscara de astrólogo, máscara de psicólogo, máscara de advogado, de engenheiro, de político, de homem, de mulher. Temos medo de não ser compreendido, medo de ser julgado. A comunicação não é o que acreditamos transmitir, mas o que é recebido.

Talvez a pior máscara é de se esconder atrás duma teoria, atrás duma linguagem intelectual. Se esconder atrás da sua própria cabeça, sem corpo, sem alma.

Uma comunicação verdadeira é uma comunicação de todo o ser. Para dar um corpo e uma alma a nossa comunicação, precisamos ser sinceros conosco, precisamos viver o que estamos dizendo. Assim o que sentimos vai passar, de maneira natural, em nossa voz. Nossas palavras vão se comunicar com a inteligência racional da pessoa, e nosso tom de voz com o subconsciente dela, com o mundo profundo dela, que toma as decisões. Porque nossas decisões racionais são apenas a racionalização das decisões que tomou nosso mundo profundo. Nossas palavras podem ser criticadas, mas nosso tom de voz não é conscientemente percebido, afeta diretamente o inconsciente da pessoa sem censura. Programa o mundo interior da outra pessoa. Devemos então usar nosso tom de voz com ética, respeitando a pessoa. Sim, o tom de voz é hipnótico. Para nos respeitar a nos próprio, devemos agir com ética!

Podemos ler a respeito dos mantras e das palavras mágicas. Podemos ler muitas coisas obscuras e supersticiosas. O segredo não está em tal o qual arranjo de letras, mas no tom de voz. Basta visualizar, sentir, viver o que você diz. Suas palavras falam à inteligência racional das pessoas; seu tom de voz fala ao mundo profundo delas. É fácil perceber, no tom de voz das pessoas, o que elas são, a qualidade de Energia que irradia delas, o que elas fazem acontecer ao redor delas. É fácil usar a Magia do tom de voz, para provocar mudanças nas pessoas e ao redor de nós. Outro segredo: Para interessar alguém, para alguém escutar, é bom usar a linguagem da área que o interessa o mais. Para falar aos Brasileiros, falar em termos de futebol:”Usando a magia do tom de voz, você sempre ganha o jogo. A bola vai direito para o gol. Gol!” 🙂 Para interessar um padre, falar em Deus:”.Usando o tom de voz, você dá uma alma as suas palavras. Deus fala. Deus abençoa a pessoa, e ela compreende.” Para interessar alguém que sabe bem comer, fala em termos de sabor: “Usando a magia do tom de voz, saboreando o que você diz, a pessoa se delicia, escuta.”

Para lidar melhor com nossas emoções, podemos criar um automatismo, um feedback, capaz de nos manter alinhados com as energias harmoniosas do Universo. Tal é a função natural de um elemental. Um animal de poder parece uma boa escolha, talvez um Leão, irradiando uma aura solar, ou uma Águia. A vantagem da Águia esta no seu caráter tanto uraniano como plutônico, na sua capacidade de ver de fora, do alto, e assim de nos libertar duma visão limitada demais. Quando um xamã quer xamanisar, seja na solidão da floresta ou para um grupo de pessoas, ele chama as Inteligências da Natureza. Para transmutar o chumbo em ouro, um Alquimista precisa receber ajuda das Inteligências dos elementos, do Fogo, do Ar, da Água, da Terra. Eles chamam as Inteligências que já estão presentes. Chamar é apenas uma maneira de tomar consciência dessa Realidade Oculta, que a inteligência é presente em toda à parte, e que podemos, e até devemos, pedir ajuda a essas consciências, para viver uma vida autêntica e plena. O que não sabemos fazer, uma Inteligência Natural sabe fazer. O que não compreendemos, uma Inteligência da Natureza compreende.

Os Aliados

Os xamãs consideram importante manter essa harmonia com as outras formas de inteligência ao redor de nós. Recebem ajuda dos seus espíritos auxiliares.

Um espírito auxiliar é um elemental artificial em sintonia, em telepatia com uma espécie animal, vegetal, mineral, ou o vento, a chuva, os astros, a montanha, a neve. Partilham sua sabedoria e seu Poder. Eileen Garret perguntou aos seus guias se os estava percebendo ou percebendo o que estava no inconsciente dela. Responderam: “ambos”. Um guia é, ao mesmo tempo, interior e exterior. No nível de Netuno, somos o Universo. No nível do Sol, somos um Eu, um centro de consciência. Um centro de consciência nesse Universo feito de Energia, onde tudo se encontra aqui, onde o centro está em todas as partes. Somos um holograma, um microcosmo.

Considerando as forças, as inteligências do Universo como aliados, são aliados. Apóiam você. O Universo se abre. Entramos na Realidade Profunda.

Voltamos no Paraíso terrestre onde se encontram as inteligências divinas.

Vamos buscar em nosso mundo profundo um Poder Perdido, um Poder Animal, como faziam os xamãs, buscar um aliado, um Animal de Poder, capaz de nos auxiliar no astral e na vida quotidiana. Lembre-se de escutar uma música quando você viaja no seu mundo interior, os xamãs sempre cantam a sua música…

Herve d’Assigny (um buscador)